Na véspera do Dia Mundial do Cancro, que se assinala na terça-feira, a Federação Internacional da Diabetes e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal apelam a uma ação internacional conjunta que travar a progressão das duas doenças e pedem mais prevenção e diagnósticos precoces.
"Tendo em conta o aumento de novos casos de cancro e de diabetes, o número de pessoas com as duas doenças em simultâneo aumentará significativamente num futuro próximo", refere um comunicado hoje divulgado pelas duas organizações.
Alimentação desadequada, sedentarismo, tabaco, consumo excessivo de álcool e poluição são alguns dos fatores de risco comuns ao cancro e à diabetes.
"Adicionalmente, as pessoas com diabetes têm um risco acrescido de desenvolver determinados tipos de cancro, além de um pior prognóstico após o diagnóstico", indicam as duas organizações.
Na tomada de posição conjunta, defendem medidas que promovam ambientes propícios a estilos de vida saudável, diagnósticos precoces, acompanhamento médico para alcançar um bom controlo da diabetes, programas de educação para pessoas com diabetes e cuidadores.
Estas medidas "devem ser encorajados pelos governantes", apela a Federação Internacional da Diabetes e a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP).
"Melhoria nos cuidados, mais apoio social e combate à discriminação" são outra das preocupações comuns a pessoas que vivem com cancro e diabetes e que as duas associações entendem que devem ser "prioridades das agendas públicas de saúde", tanto a nível local como internacional.
As duas instituições da área da diabetes lembram que a luta contra o cancro em pessoas com diabetes é mais facilitada para quem tem acesso a uma boa educação sobre a sua doença e para quem tem apoio social e emocional.
O comunicado da APDP e da Federação Internacional recorda que as doenças não transmissíveis, incluindo o cancro e a diabetes, estão entre as 10 "ameaças à saúde global" identificadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cerca de 43,8 milhões de pessoas em todo o mundo sobrevivem atualmente após um diagnóstico de cancro e muitas delas irão viver com outras patologias crónicas, como a diabetes, que é uma das mais prevalentes.