TAP impedida de voar para a Venezuela. Relações com Portugal como ficam?

A Venezuela suspendeu todos os voos da companhia aérea portuguesa durante 90 dias, depois de Juan Guaidó ter viajado de Lisboa para Caracas num voo da TAP. A medida está a preocupar a empresa, o Governo e a comunidade portuguesa.

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Notícias ao Minuto com Lusa
18/02/2020 09:01 ‧ 18/02/2020 por Notícias ao Minuto com Lusa

País

Venezuela

O Governo de Nicolás Maduro anunciou, esta segunda-feira, a suspensão de todos os voos da companhia aérea portuguesa TAP para a Venezuela por um período de 90 dias e a abertura de uma investigação à empresa por “violações graves dos regulamentos da aviação civil venezuelana”.

Em causa está, segundo o ministro dos Transportes da Venezuela Hipólito Abreu, “graves irregularidades cometidas pelo voo TP179” que partiu de Lisboa rumo a Caracas, na semana passada, com o líder da oposição do Governo venezuelano, Juan Guaidó, e que colocaram em causa “a segurança operacional” do país.

Ainda segundo o executivo de Maduro, Juan José Márquez, tio de Juan Guaidó e que o acompanhou durante uma ‘tour’ internacional em que conheceu Donald Trump, Boris Johnson, Emmanuel Macron, Iván Duque, entre outros líderes mundiais, viajava com "substâncias químicas explosivas no compartimento da bateria" de “lanternas de bolso táticas”. Além disso, acusa a Venezuela, a TAP ocultou a identidade de Guaidó, na lista de passageiros, embora a segurança aeroportuária não seja da responsabilidade das companhias transportadoras.

Ora, a TAP garante que é “impossível” transportar explosivos em qualquer um dos seus voos, refutando todas as acusações do governo de Maduro e insistindo que “não compreende” a suspensão por 90 dias de voos para a Venezuela que lhe foi aplicada.

Fonte da empresa assegurou mesmo à Lusa que a companhia aérea portuguesa não teve qualquer “hipótese de exercer o contraditório” e que esta é uma “medida gravosa” que prejudica os passageiros.

 hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, considerou "inamistosa" e "injustificada" a decisão das autoridades de Caracas que suspenderam por 90 dias as operações da companhia aérea portuguesa TAP.

"Completamente infundamentada e injustificada. Não vejo nenhuma espécie de justificação, seja pelo histórico da TAP na Venezuela, pelo muito que a TAP já deu e por não haver nenhum indício. Por não ter sido apresentado nenhuma prova que seja possível de escrutinar de forma objetiva, que não sejam apenas alegações", disse o governante, esta terça-feira, à Lusa.

Por sua vez, Fernando Campos, conselheiro das comunidades portuguesas, não se mostrou surpreendido perante a suspensão efetivada pela Venezuela, mas explicou que “não está de acordo” com a decisão porque não lhe encontra fundamento.

“É uma decisão desagradável, que afeta sobretudo a comunidade portuguesa”, disse.

Recorde-se que o Governo português pediu já um inquérito para averiguar a veracidade das acusações que envolvem a transportadora aérea portuguesa, dizendo não ter qualquer indício de irregularidades no voo que transportou Marquez e Guaidó.

A TAP é uma das poucas companhias internacionais que continuam a voar para a Venezuela. Nos últimos anos, muitas empresas cancelaram as suas rotas para este país devido à falta de segurança. Em maio do ano passado, o presidente norte-americano Donald Trump, que quer tirar Maduro do poder, ordenou a suspensão de todos os voos entre os EUA e a Venezuela.

Resta agora saber como ficam as relações entre Portugal e a Venezuela após este episódio polémico.

Ainda antes de a Venezuela ter anunciado a suspensão dos voos da TAP para o país, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, comentava que as acusações das autoridades venezuelanas a Portugal, não passavam de “manobras de diversão” e sublinhava que o “facto mais relevante” é que o líder do parlamento venezuelano foi “selvaticamente agredido” à chegada a Caracas.

Juan Guaidó - que os EUA e a maioria dos países da Europa e da América Latina, reconhecem como presidente interino da Venezuela -, descreveu a detenção do tio como um “sequestro” da “ditadura” de Maduro, mas as autoridades venezuelanas continuam a manter o tio do autoproclamado presidente interino da Venezuela detido. 

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