"Não toleraremos de novo o regresso dos voos noturnos na cidade de Lisboa, não toleraremos", afirmou Fernando Medina, na reunião da Assembleia Municipal que decorreu esta tarde.
Considerando que a situação que se vivia até há algumas semanas, antes da suspensão dos voos noturnos devido às obras que se estão a realizar no aeroporto, era "verdadeiramente inaceitável", Fernando Medina (PS) disse já ter transmitido "a quem de direito" a sua "total, frontal e completa oposição" ao retomar de aterragens e descolagens durante a noite.
"Reafirmo a minha total e completa oposição a que, no momento da finalização das obras atuais, se venha a registar qualquer retomar da realização de voos noturnos em condições sequer próximas da grosseira ilegalidade da situação que se vivia previamente a este período", insistiu.
Fernando Medina recusou que se queira fazer dos lisboetas "fator de ajustamento da tragédia pública que foi o processo de decisão de expansão de capacidade aeroportuária de Lisboa e ainda menos dos interesses privados" de qualquer companhia aérea.
O presidente da Câmara de Lisboa voltou também a criticar a forma como "o setor e os operadores" se têm comportado perante o município, insistindo que existe "uma enorme opacidade relativamente a informação básica e fundamental".
Aliás, acrescentou, a decisão da autarquia de instalar um sistema próprio de monitorização de ruído e de poluição "é reveladora do ponto a que se chegou".
"O mesmo é dizer que nós não temos confiança na informação que é fornecida, quando ela é fornecida, e não tem sido fornecida", admitiu Fernando Medina.
Na reunião da Assembleia Municipal de Lisboa foi também aprovada por unanimidade uma recomendação do partido ecologista Os Verdes para a reativação do Conselho Municipal de Ambiente.
No texto, Os Verdes recordam que o Conselho Municipal de Ambiente - "um órgão de reflexão e consulta, representativo das várias entidades do concelho de Lisboa, tendo por missão estabelecer uma estrutura permanente de participação e debate" - foi criado em 2008.
Contudo, 11 anos depois, "verifica-se que este órgão nunca funcionou", é referido.
"Numa altura em que Lisboa se tornou na primeira cidade do sul da Europa a ser distinguida como 'Capital Verde Europeia' no ano de 2020, Os Verdes consideram que esta distinção deve ser o impulso e a oportunidade para a reativação do Conselho Municipal de Ambiente, promovendo assim uma maior participação dos cidadãos e das organizações de ambiente", defende o texto.