Até 2050, o mar deverá subir cerca de 30 centímetros o que "afetará 150 mil residentes ao longo da costa portuguesa". Estas são as conclusões de um estudo liderado por Carlos Antunes, professor auxiliar do departamento de Engenharia Geográfica, Geofísica e Energia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).
Em declarações à RTP, o investigador alerta ainda para a previsão do aquecimento do planeta em 1,5 graus antes de 2030. "Devíamos estar muito mais preocupados na adaptação do que propriamente na mitigação", apontou.
Ressaltando que muitas das metas estabelecidas para combate ao aquecimento global e às alterações climáticas já estão "fora do nosso alcance", o professor afirma que "já devíamos ter planos" para as consequências que nos esperam.
"A grande mancha de ocupação urbana que é suscetível à subida do nível médio do mar são, de facto, o estuário do Tejo, a Ria Formosa, Ria de Aveiro, estuário do Guadiana, Sado, Lagos e Portimão”, explica.
Carlos Antunes esclarece ainda que, em 2025, Faro deverá ser o distrito com mais edifícios vulneráveis e depois Aveiro. Contudo, será Setúbal o distrito onde se prevê um maior número de pessoas afetadas.
Sobre Lisboa, o coordenador do estudo garante que “o prognóstico é muito mau”, sendo que é expectável que, em 2050, o distrito da capital tenha a maior área vulnerável à subida do nível médio do mar, o que corresponde a 221,4 quilómetros quadrados.