Chineses em Portugal em isolamento voluntário para evitar alarme social

Alguns imigrantes chineses em Portugal estão voluntariamente em isolamento, depois de terem regressado da China, disse hoje o embaixador chinês em Lisboa, Cai Run, que admitiu que a comunidade se está a esforçar para combater a epidemia.

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Lusa
28/02/2020 19:20 ‧ 28/02/2020 por Lusa

País

Covid-19

"Os chineses que acabaram de chegar a Portugal da China estão em isolamento voluntário, o que é uma demonstração de um alto sentido de responsabilidade perante a própria saúde, mas também para com a segurança da saúde pública em Portugal", elogiou o embaixador.

Sem números precisos, Cai Run adiantou que são entre 30 e 50 os cidadãos chineses a viver em Portugal que se submeteram ao isolamento profilático nas suas residências, números avançados à margem do lançamento da campanha 'Lisboa informada = Mais saúde e menos discriminação', que pretende desmistificar a relação entre o Covid-19 e a comunidade chinesa.

A iniciativa juntou hoje o embaixador da República Popular da China e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, num passeio pelo Martim Moniz, em Lisboa, com paragem em alguns estabelecimentos comerciais chineses.

Graça Freitas não poupou nos elogios à ação da comunidade chinesa e das pessoas que, apesar de estarem saudáveis e não representarem qualquer risco, se submeteram a esta situação "apenas para tranquilizar terceiros".

"É de uma generosidade extrema, pessoas que ficam em isolamento profilático nas suas casas apenas para tranquilidade social, para não criar alarme", sublinhou.

Segundo o embaixador chinês, os negócios desta comunidade têm funcionado com normalidade, apesar das medidas de prevenção e, a cada paragem, os comerciantes confirmam-no.

No supermercado Chen, aberto há cerca de 25 anos no Martim Moniz, os funcionários garantem os dias têm decorrido como habitual e dizem ainda que, apesar da associação da epidemia à comunidade chinesa, os clientes continuam a procurá-los.

O percurso terminou na Unidade de Saúde Familiar da Baixa, onde foram distribuídos aos utentes folhetos informativos sobre o novo coronavírus, que entre a descrição das principais formas de prevenção e informações sobre a origem e formas de transmissão do Covid-19, sublinha que não existe qualquer motivo para evitar estabelecimentos chineses.

Cai Run elogiou a iniciativa, que na sua opinião reflete a proximidade entre os dois países, e sublinhou: "Esta campanha tem um significado especial, que é apelar à saúde e combater a discriminação".

O Covid-19 foi detetado pela primeira vez em dezembro, na China, e já provocou pelo menos 2.858 mortos e infetou mais de 83 mil pessoas, de acordo com dados reportados por meia centena de países e territórios.

Das pessoas infetadas, mais de 36 mil recuperaram.

Além de 2.788 mortos na China, há registo de vítimas mortais no Irão, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França, Hong Kong e Taiwan.

Dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão, com confirmação de infeção.

A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos em Itália, Coreia do Sul e Irão.

Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) registou 52 casos suspeitos de infeção, 16 dos quais ainda estavam em estudo na quinta-feira.

Os restantes 36 casos suspeitos não se confirmaram, após testes negativos.

Segundo a DGS, o risco para a saúde pública em Portugal mantém-se "moderado a elevado".

 

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