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"É fundamental que todos respeitem as orientações e informações"

A ministra da Saúde, Marta Temido, e a diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, deram mais uma conferência de imprensa, durante a tarde desta terça-feira, sobre os novos desenvolvimentos do surto do Covid-19 no país.

"É fundamental que todos respeitem as orientações e informações"
Notícias ao Minuto

19:25 - 10/03/20 por Notícias ao Minuto

País Covid-19

A ministra da Saúde reforçou, esta terça-feira, a importância dos portugueses cumprirem e seguirem as recomendações deixadas à população pelas autoridades de Saúde no que diz respeito ao novo coronavírus

Sublinhando que "todos os têm responsabilidades decisórias" e devem estar em "articulação com as autoridades nacionais, regionais e locais de saúde pública", Marta Temido vincou que "é fundamental que todos respeitem as orientações, informações e conselhos das autoridades de saúde".

Em direto para as televisões, a ministra lembrou que deve ser respeitada a "realização de isolamento profilático quando é recomendada", "a abstenção de viagens não essenciais", "a utilização criteriosa de equipamentos de proteção individual (máscaras)", "a higienização das mãos, equipamentos e espaços, "a não utilização de serviços de urgência ligando, antes, para o SNS24" ou a recomendação de "não visitar pessoas em lares ou a internados".

"Só todos em conjunto conseguiremos combater o vírus", ressalvou. 

Sobre os 41 casos de Covid-19, a ministra disse que do total de doentes apenas um inspira mais cuidados, e acrescentou que, na quarta-feira, vai reunir-se o Conselho Nacional de Saúde, que irá discutir questões como a antecipação das férias escolares da Páscoa ou o funcionamento dos grandes museus.

Garantindo que todas as medidas necessárias estão a ser tomadas para conter o Covid-19 no país e que os "portugueses podem estar descansados", Marta Temido admitiu, contudo, que "é também fundamental que nos preparemos para uma outra fase do vírus". 

"Ao mesmo tempo que estamos a tentar 'conter, conter, conter', como diz a diretora-geral de saúde, estamos a prepararmo-nos, também, para uma fase seguinte, a de mitigação, em que poderemos vir a ter um fluxo maior aos serviços de saúde - quer cuidados de primários quer hospitais - e, portanto, já estamos a preparar respostas", esclareceu.

Ainda sobre a evolução do surto para uma nova fase, a ministra reforçou que estão a ser preparadas um outro tipo de medidas, como, por exemplo, a colheita para análises ser também realizada "através do Instituto Nacional de Emergência Médica em casa ou no sítio onde se encontrem os doentes em isolamento". 

Questionada pelos jornalistas sobre se existe alguma previsão sobre quando é que Portugal poderá efetivamente escalar para uma outra fase, Marta Temido passou a palavra à diretora-geral de Saúde que afirmou não ser possível fazer tal antecipação.

"Vai depender completamente da evolução da epidemia e de quando passar a haver transmissão comunitária. Ou seja, até à data, todos os casos identificados têm uma ligação epidemiológica a algum sítio ou a outro caso. Quando isso deixar de acontecer e o número de casos na comunidade sem ligação epidemiológica superar aqueles que conseguimos ligar, provavelmente, entraremos em fase de mitigação", explicou acrescentando que caso o cenário se agrave em Portugal possamos vir a ter "regiões do país em estágios diferentes". 

Sobre a possibilidade de ser decretada uma quarentena obrigatória, a ministra da Saúde não descartou qualquer cenário em nome da proteção da saúde pública. 

"Aquilo que é o meu apelo essencial, neste momento, é que se proceda ao cumprimento das orientações, mais do que equacionar cenários que são hipotéticos. Como já disse, se isso se vier a colocar a Autoridade Nacional de Saúde e o Ministério da Saúde - penso que posso falar pelas duas - em condições, sob o ponto de vista técnico e político, de, em articulação e ação conjunta, consertada e coordenada como sempre, tomar medidas protetoras da Saúde Pública", disse. 

Durante a manhã desta terça-feira, foram confirmados dois novos casos por infeção do novo coronavírus, em Portugal. O número total subiu assim para 41, informou a DGS no último balanço.

No total existem 375 casos suspeitos, dos quais 83 aguardam resultados laboratoriais, e há ainda 667 contactos em vigilância pelas autoridades de saúde.

António Costa referiu, após a reunião da manhã desta terça-feira com oito dos seus ministros, que os portugueses devem estar preparados para um agravamento do surto de Covid-19 em Portugal.  

O Presidente da República, em isolamento voluntário desde domingo, testou negativo.

Há mais de 114 mil casos de infeção pelo novo coronavírus por todo o mundo, sendo que mais de 4 mil pessoas morreram.

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