Covid-19: Ministra faz apelo depois de circularem notícias falsas

Marta Temido pediu esta quarta-feira que todos "trabalhemos no sentido de melhor informar os nossos cidadãos" evitando informações incorretas que causem alarme social. "Acreditem em nós. Não temos motivos para não vos falar verdade", reforçou.

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Melissa Lopes
11/03/2020 22:13 ‧ 11/03/2020 por Melissa Lopes

País

Coronavírus

A ministra da Saúde apelou esta quarta-feira para que se trabalhe no sentido de "melhor informar os cidadãos" sobre o desenvolvimento da epidemia de Covid-19 em Portugal. O apelo surge depois de terem circulado durante todo o dia "muitas notícias sem correspondência à realidade", nomeadamente a morte de um paciente, um boato que foi desmentido durante a manhã. 

"O apelo que gostaríamos de deixar enquanto Ministério da Saúde é um apelo muito claro a que todos trabalhemos no sentido de melhor informar os nossos cidadãos, que todos trabalhemos no sentido de melhorar a comunicação com base em fontes fiáveis, que todos trabalhemos no sentido de ter uma comunicação honesta, transparente, que seja fidedigna e que não estimule aquilo que é o alarme social desproporcionado", disse Marta Temido.

Nesse sentido, a ministra pediu aos jornalistas que ajudem as autoridades de saúde e o Governo "a comunicar adequadamente" e relevou o papel da comunicação social nesta fase. 

"Nesta fase em que nos encontramos, ou em qualquer fase, o papel da comunicação social é imprescindível. Estamos disponíveis para vos esclarecer sempre ao final do dia. Honraremos esse compromisso religiosamente, quase posso dizê-lo", assegurou, pedindo: "Não podemos dispersar-nos todos atrás de informações que são boatos". 

Marta Temido sublinhou que "se acontecer alguma coisa de mal ou de bom", "podem ter a certeza que nós vos informaremos".

"Quase todos os países têm tido óbitos, como todos os países têm casos confirmados. Dissemos que diríamos quando tivéssemos o primeiro caso confirmado, dissemos ou não dissemos? Então, acreditem em nós. Não temos motivos para não vos falar verdade, precisamos é da vossa ajuda para falar verdade", insistiu. 

O apelo foi também reforçado pela diretora-geral de Saúde, Graça Freitas. "Não voltem a propagar um boato um dia inteiro quando ele foi desmentido", disse, referindo-se à informação falsa sobre a morte de um paciente devido à Covid-19 num hospital de Lisboa. "Se acontecer alguma anomalia - a primeira morte será sempre uma notícia - nós diremos", garantiu.

Questionada na conferência de imprensa sobre a ida das pessoas às praias e a corrida aos supermercados, a ministra da Saúde aproveitou para deixar mais um apelo: que "as pessoas percebam a gravidade da situação em que estamos", lembrando "um mundo cada vez mais global" onde existe "livre circulação de pessoas", o que acarreta "riscos".

"Temos de ser especialmente responsáveis", disse, acrescentando que "num contexto em que algumas comunidades escolares estão encerradas" as pessoas devem ficar em isolamento e "abster-se de praticar condutas que antes eram possíveis", como ir à praia. "O encerramento de estabelecimentos de ensino não significa férias escolares", explicou, sublinhando que "só como um todo poderemos vencer o vírus".

A responsável pela pasta da saúde deixou claro que devemos "cuidar uns dos outros" e que "não podemos deixar que as pessoas fiquem sem bens essenciais", uma referência às corridas aos supermercados e às compras por atacado.

De acordo com o último balanço da DGS, recorde-se, há 59 casos de infeção pelo novo coronavírus confirmados em Portugal, a maioria deles na zona Norte do país. 

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