Bispo de Santarém exorta fiéis a seguirem indicações das autoridades
O bispo de Santarém, José Traquina, exortou hoje os cristãos da diocese a seguirem "as instruções e recomendações de comportamento dadas pela Direção-Geral da Saúde e outras que surjam do Governo ou autarquias" a propósito da pandemia de Covid-19.
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Numa nota publicada na página da diocese na Internet, o prelado apela, também, para que "em todas as circunstâncias seja evitado o pânico", pois o mesmo "em nada ajuda a discernir o procedimento correto".
Quanto à atividade pastoral na diocese de Santarém, o bispo determinou a suspensão dos encontros de catequese até 29 de março, bem como a que "haja prudência nas celebrações litúrgicas, seguindo as recomendações do Conselho Permanente da Conferência Episcopal Portuguesa: a Comunhão na mão, a comunhão por intinção [molhar a hóstia no vinho consagrado] dos sacerdotes concelebrantes, a omissão do gesto da paz e o não uso da água nas pias de água benta".
Por outro lado, e além de admitir que as confissões da Quaresma podem ser adiadas para depois da Páscoa, José Traquina informa que, "se as circunstâncias não se alterarem, no Tríduo Pascal deve omitir-se o rito do lava-pés, na Quinta-feira Santa e, na 'Adoração da Cruz', na Sexta feira Santa, devem evitar-se os beijos, fazendo-se a reverência à cruz com a genuflexão ou uma profunda inclinação".
O novo coronavírus responsável pela Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 4.600 mortos em todo o mundo, levando a Organização Mundial de Saúde a declarar a doença como pandemia.
O número de infetados ultrapassou as 125 mil pessoas, com casos registados em cerca de 120 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 78 casos confirmados.
A China registou nas últimas 24 horas 15 novos casos de infeção pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), o número mais baixo desde que iniciou a contagem diária, em janeiro.
Até à meia-noite de quarta-feira (16:00 horas em Lisboa), o número de mortos na China continental, que exclui Macau e Hong Kong, subiu em 11, para 3.169. No total, o país soma 80.793 infetados.
Face ao avanço da pandemia, vários países têm adotado medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena inicialmente decretado pela China na zona do surto.
A Itália é o caso mais grave depois da China, com mais de 12.000 infetados e pelo menos 827 mortos, o que levou o Governo a decretar a quarentena em todo o país.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) atualizou hoje o número de infetados, que registou o maior aumento num dia (19), ao passar de 59 para 78, dos quais 69 estão internados.
A região Norte continua a registar o maior número de casos confirmados (36), seguida da Grande Lisboa (17) e das regiões Centro e do Algarve (três cada).
O boletim divulgado hoje assinala também que há 133 casos a aguardar resultado laboratorial e 4.923 contactos em vigilância, mais 1.857 do que na quarta-feira.
No total, desde o início da epidemia, a DGS registou 637 casos suspeitos.
O Conselho Nacional de Saúde Pública recomendou na quarta-feira que só devem ser encerradas escolas públicas ou privadas por determinação das autoridades de saúde.
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, considerou que esta recomendação "faz sentido" e que o encerramento de escolas será feito de forma casuística "analisando o risco, caso a caso, situação a situação".
Várias universidades e outras escolas já decidiram suspender as atividades letivas.
As medidas já adotadas em Portugal para conter a pandemia incluem, entre outras, a suspensão das ligações aéreas com a Itália, a suspensão ou condicionamento de visitas a hospitais, lares e prisões, e a realização de jogos de futebol sem público.
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