"Não conseguimos alcançar esta ideia protetora e romântica para com os concidadãos privados da liberdade e nenhuma preocupação e proteção para os concidadãos profissionais do corpo da guarda prisional", critica o presidente Jorge Alves, que pede uma "atitude uniforme, clara e efetivamente protetora do sistema".
Em carta dirigida ao primeiro-ministro António Costa, o SNCGP insurge-se contra a ausência de equipamento de proteção individual para os guardas, defende um reajustamento de horários, pede uma uniformização nacional da questão das visitas aos estabelecimentos prisionais e insta as autoridades a apostar em sistemas de videoconferência no contacto entre os reclusos e as suas famílias.
"Parece que os profissionais do CGP são diferentes dos restantes profissionais das forças e serviços de segurança", protesta o sindicato, que também se indigna contra o facto de o sistema prisional estar a ter um tratamento "diferente" dos hospitais, lares, escolas, e outros serviços da administração pública "que impediram o contacto com o exterior".
O diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais, o procurador Rómulo Augusto Mateus, concentra boa parte das críticas -- "nem se dignou a dirigir uma palavra de apoio, de consideração, de motivação, mas principalmente uma atitude de proteção e união" -, que no fim são extensíveis à ministra da justiça e ao governo.
"É a facilitar que depois ficamos perante os problemas (...) por isso esperamos que, quando algo acontecer, o diretor-geral assuma as suas responsabilidades, bem como a ministra da Justiça e todo o Governo, por incumprirem os seus deveres perante os trabalhadores do CGP numa matéria tão elementar como é a proteção da sua saúde, num ambiente como o vivenciado diariamente nos Estabelecimentos Prisionais", concluem.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 189 mil pessoas, das quais mais de 7.800 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 81 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Os países mais afetados depois da China são a Itália, com 2.503 mortes para 31.506 casos, o Irão, com 988 mortes (16.169 casos), a Espanha, com 491 mortes (11.178 casos) e a França com 148 mortes (6.633 casos).
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.
Dos casos confirmados, 242 estão a recuperar em casa e 206 estão internados, 17 dos quais em Unidades de Cuidados Intensivos. Há ainda a assinalar mais 4.030 casos suspeitos até hoje, dos quais 323 aguardam resultado laboratorial.
Do total de cidadãos infetados em Portugal, três recuperaram.
O país está em estado de alerta desde sexta-feira, tendo o Governo colocado os meios de proteção civil e as forças e serviços de segurança em prontidão.