Emigrantes que chegaram à Régua notificados a cumprir quarentena

Militares da GNR, bombeiros e Proteção Civil Municipal da Régua realizaram uma ação conjunta para sensibilizar e notificar da obrigatoriedade do isolamento profilático de 14 dias um grupo de emigrantes que chegou de autocarro esta madrugada àquela cidade.

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Lusa
21/03/2020 13:45 ‧ 21/03/2020 por Lusa

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Coronavírus

 

"Tivemos conhecimento de que iria chegar um conjunto de emigrantes, um pouco de toda a região Norte e Centro. Tendo em conta as orientações e aquilo que hoje está identificado como casos críticos, impôs-se que houvesse ali uma ação bastante forte no sentido de sensibilizar e também já de os notificar para que, a partir do momento em que entram em território português vindos do estrangeiro, têm de entrar em quarentena", afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves.

A Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte determinou na sexta-feira o isolamento profilático de 14 dias para todos os cidadãos que regressem do estrangeiro, independentemente da nacionalidade e país de origem, para a contenção do risco de contágio da Covid-19.

O autocarro proveniente de França parou esta madrugada na cidade da Régua, concelho da zona Sul do distrito de Vila Real, e dali os emigrantes partiram para as suas residências.

Segundo o autarca, a bordo vinham "cerca de 25 pessoas" naturais de vários municípios dos territórios Norte e até Centro de Portugal que foram "dispensados do seu trabalho em função de todo este problema e regressaram a suas casas".

A ação de sensibilização e notificação juntou militares do Posto Territorial da GNR de Peso da Régua, elementos da Proteção Civil Municipal e bombeiros voluntários.

"Isto não é uma atitude de repressão da vinda deles, é uma atitude de prevenção daquilo que tem que ser um ato coletivo de todos nós", afirmou José Manuel Gonçalves.

O autarca defendeu que havendo agora a possibilidade de "controlo nas fronteiras, todos devem ser identificados e notificados sobre o período de segurança que devem cumprir para segurança deles, das suas famílias e das freguesias onde habitam".

José Manuel Gonçalves reforçou que o objetivo "não é hostilizar os emigrantes, mas sim criar as condições para que eles cheguem em segurança às suas casas".

Segundo o presidente, estas ações concertadas irão repetir-se sempre que se justificar.

No sentido de operacionalizar a determinação do isolamento profilático para os emigrantes, a Câmara de Vila Real informou hoje que o procedimento adotado no concelho começa na junta de freguesia, que identifica a chegada de cidadãos provenientes do estrangeiro e informa o Serviço Municipal de Proteção Civil.

Depois, este serviço reúne a informação e informa o Centro Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Vila Real que, por sua vez, passa a informação à GNR, PSP e a Autoridade de Saúde Pública.

Na área do Alto Tâmega e Barroso, que inclui os concelhos da zona Norte do distrito de Vila Real, o isolamento profilático obrigatório estende-se aos cidadãos provenientes das regiões do Norte e de Lisboa e Vale do Tejo, as áreas de Portugal mais afetadas pela covid-19.

Portugal elevou hoje para 12 o número de mortes associadas ao vírus da covid-19, o dobro face a sexta-feira, segundo o boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), que regista 1.280 casos confirmados de infeção.

 

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