No final da segunda reunião da Estrutura de Monitorização do estado de emergência, em Lisboa, o ministro da Administração Interna fez um balanço, na noite desta terça-feira, da atividade das forças de segurança na fiscalização das medidas que entraram em vigor às 00h00 de domingo.
Começando por destacar que a "adesão" e o "respeito" dos portugueses ao isolamento social tem sido uma prática "generalizada", o ministro lamentou que também tenha sido verificada "a prática de um conjunto de comportamentos que devem ser entendidos como absolutamente inaceitáveis".
"A realização de atividades físicas, que são incentivadas, devem ser feitas na área de residência, não se justifica de modo algum a deslocação em viatura automóvel para áreas de prática de passeio, sobretudo quando tal decorre em área onde facilmente se verifica a concentração de um número elevado de pessoas," afirmou.
O risco desta pandemia é igual nas cidades, no campo, nas aldeias, nas vilas" (Eduardo Cabrita)"O risco de ter um ajuntamento à porta de um estabelecimento de uma grande cidade ou em torno de um pequeno café de aldeia é exactamente o mesmo", alertou o ministro.
Lembrando que "as regras sobre o encerramento de atividade" e sobre "a limitação da atividade ao fornecimento de comidas para fora - take away - ou entrega ao domicílio é absoluta", Eduardo Cabrita reforçou que "não pode neste quadro ser admitido o ajuntamento para consumo de bebidas alcoolicas junto à entrada de estabelecimentos que estão alegadamente exclusivamente a fornecer alimentos para fora"
Após estes avisos, o governante anunciou que as forças de segurança, que "têm promovido uma ação essencialmente pedagógica" e de "sensibilização e responsabilização dos cidadãos", registaram-se até às 20h00 desta terça-feira "27 detenções por violação das regras definidas ou para o isolamento pessoal ou pelo não acatamento reiterado das recomendações feitas pelas forças de segurança".
Além disso, acrescentou, "274 estabelecimentos foram encerrados por estarem a violar a obrigação de suspensão de atividade a não ser no quadro restrito de funcionamento previsto no decreto que põe em execução o regime de Estado de Emergência".
Quanto ao controlo de fronteiras, o ministro da Administração Interna disse que a ação de Portugal e Espanha foi referida como "um exemplo" na reunião desta terça-feira, por videoconferência, com os homólogos europeus, pela forma como ambos os países "têm garantido a circulação de mercadorias nas suas fronteiras terrestres (...) permitindo uma grande fluidez nos circuitos económicos, que assentam no transporte de mercadorias".
Recorde-se que a Covid-19 já provocou 33 mortos em Portugal e há, neste momento, 2.362 casos de infeção. E que desde o passado dia 19, e até às 23h59 de 2 de abril, o país encontra-se em estado de emergência.
[Notícia atualizada às 22h04]