As aulas presenciais no ensino superior estão suspensas desde 16 de março para tentar conter a disseminação da covid-19, a doença provocada pelo novo coronavírus, mas o ensino continua a fazer-se à distância, segundo dados hoje divulgados pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES).
Uma das plataformas usadas no ensino à distância é a COLIBRI, que foi disponibilizada pela Unidade de Computação Científica Nacional da Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT-UCCN) em que em 19 de março, por exemplo, "195.504 participantes estiveram em 8.895 aulas e reuniões à distância".
Desde o início do mês, quando surgiu o primeiro caso confirmado de infeção com o novo coronavírus em Portugal, a plataforma já foi usada por 536 mil utilizadores, refere o ministério.
Outro dos serviços de apoio ao ensino à distância e ao teletrabalho disponibilizados pela FCT-UCCN é o EDUCAST que, desde o início do mês, registou 6.021 novos utilizadores, permitiu que fossem produzidos 1.196 vídeos e que se criassem 592 canais. Esta produção resultou em mais de cem mil visualizações.
A plataforma VIDEOCAST registou 539 utilizadores que criaram 413 novas sessões num total de 69 horas difundidas entre 1 de 19 de março, acrescenta o MCTES em comunicado.
"O nosso objetivo comum só pode ser o de que nenhum estudante saia prejudicado no seu desempenho académico", sublinha o ministério, acrescentando que "o apoio da comunidade académica e científica através do reforço da capacidade das plataformas em ambiente colaborativo já considerou a duplicação do número de processadores, de memória, disco e máquinas virtuais de 'transcoding' do COLIBRI e terá de continuar a ser feito conforme se verificar adequado".
O MCTES lembra ainda que houve outro conjunto de iniciativas que foram lançadas para fazer face à atual situação de pandemia de covid-19, tais como alterar a legislação para permitir que as reuniões de júri sejam realizadas por videoconferência e através de meios eletrónicos, para que os alunos possam terminar os seus ciclos de estudo.
Também no caso dos estudantes portugueses que estavam no estrangeiro, o ministério lembra que os alunos foram contactados para perceber se queriam regressar ao país, tendo sido dada "prioridade ao contacto com cerca de 540 estudantes que se encontravam em mobilidade na Itália".
Por outro lado, as regras do Erasmus + Educação e Formação foram flexibilizadas para que os alunos pudessem suspender o programa sem serem prejudicados.
O Ministério lembra ainda que apesar da suspensão das aulas presenciais, as instituições de ensino superior mantiveram abertas cantinas e alojamentos para responder aos estudantes deslocados que não tinham condições de regressar a casa, quer dentro do país quer fora.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais 480 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 22.000.
Em Portugal registaram-se 60 mortes, mais 17 do que na véspera (+39,5%), e 3.544 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 549 novos casos em relação a quarta-feira (+18,3%).
Dos infetados, 191 estão internados, 61 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.