Em declarações aos jornalistas após uma audiência com o Presidente da República, Ana Rita Cavaco insistiu no "reforço de proteção individual" para enfermeiros, sublinhando que é preciso que esse material (máscaras, luvas, fatos...) "chegue para qualquer hora".
De acordo com a bastonária, as máscaras cirúrgicas, em particular, devem igualmente ser distribuídas aos utentes dos hospitais, com ou sem diagnóstico de covid-19.
Uma sugestão que disse ter apresentado à Direção-Geral da Saúde (DGS), que está a preparar uma norma sobre a utilização de equipamento de proteção individual.
Ana Rita Cavaco apontou como outro "foco de preocupação" transmitido ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, a necessidade de testar também os enfermeiros que, mesmo não revelando sintomas da doença, estiveram a cuidar de doentes e podem "contaminar outras pessoas".
"É fundamental fazer testes aos enfermeiros com sintomas, mas não estão a ser testados os enfermeiros assintomáticos", frisou.
A Ordem dos Enfermeiros, juntamente com a Ordem dos Médicos e a Ordem dos Farmacêuticos, escreveu uma carta aberta ao primeiro-ministro, António Costa, queixando-se da escassez de máscaras, luvas, fatos de proteção e desinfetantes alcoólicos.
Na carta, divulgada na quinta-feira, os bastonários das três ordens profissionais alertam para a falta de profissionais de saúde nos centros de saúde e hospitais quando Portugal atingir o pico da pandemia, esperado para maio, de acordo com a mais recente estimativa da DGS.
As ordens dos enfermeiros, médicos e farmacêuticos pedem que se testem mais pessoas à covid-19, uma vez que a doença é assintomática.
Portugal, em estado de emergência até à próxima quinta-feira, regista 76 mortes e 4.268 infeções, segundo o balanço feito hoje pela DGS.
Das pessoas infetadas, 354 estão internadas, 71 das quais em unidades de cuidados intensivos hospitalares, havendo 43 doentes que já recuperaram desde que a covid-19 foi confirmada no país, em 02 de março.