Sem conseguir ainda adiantar quantos alunos estão nesta situação, a tutela afirma em comunicado que está em processo um levantamento pormenorizado, para o qual conta com o apoio das próprias escolas, do número de estudantes sem acesso às aulas.
Desde a suspensão das atividades letivas presenciais em todos os estabelecimentos de ensino, em 16 de março, os alunos trocaram as salas de aula pelas suas casas e têm prosseguido os estudos à distância, através de conteúdos e plataformas digitais, mas nem todos têm como aceder aos materiais.
Enquanto é feito este levantamento, o Ministério da Educação está também a definir as melhores soluções, com o apoio de operadoras de telecomunicação e empresas de 'hardware', e a estabelecer prioridades na disponibilização de meios, tendo em conta a urgência e o grau de vulnerabilidade dos alunos.
Segundo a tutela, a prioridade é "garantir que todos os alunos estejam ligados à escola", uma vez que as dificuldades de ligação têm implicações na participação dos alunos nas aulas e do seu aproveitamento escolar, mas representam também o isolamento das crianças desde logo mais vulneráveis.
Cerca de 5% das famílias com crianças até aos 15 anos não têm Internet em casa, segundo dados de 2019 do Instituto Nacional de Estatísticas, e um em cada cinco estudantes não tem computador em casa, segundo um estudo realizado na semana passada por Arlindo Ferreira, especialista em Estatísticas da Educação, que foi publicado na terça-feira no blog do Arlindo.
Esta situação em que alguns alunos se encontram impede realizar alguns dos trabalhos pedidos pelos professores durante a suspensão de aulas presenciais determinada pela pandemia de Covid-19, uma realidade que tem sido denunciada por pais, professores e diretores escolares.
Apesar dos problemas já detetados, todos são unânimes em considerar que o ensino à distância é, neste momento, a melhor solução.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou cerca de 540 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram acima de 25 mil.
Em Portugal, registaram-se 76 mortes, mais 16 do que na véspera (+26,7%), e 4.268 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que identificou 724 novos casos em relação a quinta-feira (+20,4%).
Dos infetados, 354 estão internados, 71 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 43 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até às 23:59 de 02 de abril.