Covid-19: Estudantes pedem reforço do sistema de ação social

Os estudantes alertaram hoje o ministro da Ciência e Ensino Superior para a necessidade de reforçar o sistema de ação social para combater os problemas criados pela redução dos rendimentos das famílias decorrentes das consequências da pandemia.

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Lusa
01/04/2020 09:24 ‧ 01/04/2020 por Lusa

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Covid-19

"A diminuição de rendimento de muitas famílias irá criar dificuldades no pagamento de rendas de outras despesas associadas ao ciclo de estudos. (...) O sistema de ação social tem de ser adaptado e reforçado para combater estas dificuldades", defendem as federações e associações de estudantes, numa carta enviada a Manuel Heitor.

Na missiva, os estudantes recordam que, na carta que receberam do ministro no âmbito do Dia Nacional do Estudante, o governante garantia que os apoios sociais de emergência estavam prontos para ser usados "no quadro legal e institucional em vigor", mas sublinham que, mais de uma semana depois, a resposta por parte do ministério é "exatamente nenhuma"

"O sistema de ação social, o seu reforço e sua adaptação a novos cenários é responsabilidade de V. Exa. As IES [Instituição de Ensino Superior] e as estruturas académicas tudo têm feito para resolver todos os problemas que surgiram desta brusca mudança, mas não nos peçam para fazer tudo", insistem.

As federações e associações académicas de todo o país dizem-se dispostas a total colaboração com o Governo e apelas a Manuel Heitor que "evite uma crise no futuro" e reforçam que o momento que o momento que a sociedade atravessa "é de particular dificuldade" e que o desafio "será ultrapassado pelo esforço conjunto de todos".

"Salvar vidas é ainda assim garantir que quando a pandemia que se abateu sobre o mundo desaparecer, porque vai desaparecer, os que cá continuam e os que virão a seguir a nós têm recursos para poderem prosperar", sublinham.

Na carta, os estudantes defendem que as políticas e ações de resposta a esta crise devem centrar-se na ideia de que não se pode deixar que nenhum estudante abandone os seus estudos: "Isto será evitar a crise no futuro", insistem.

"É importante que se reconheça que nestes momentos as respostas terão de ser o mais concertadas possível para que cada um possa cumprir o seu papel e o resultado ser rápido e eficaz", acrescentam.

Portugal, onde o primeiro caso de covid-19 foi confirmado a 02 de março, está em estado de emergência até quinta-feira.

Os últimos dados indicam que o país regista 160 mortes e mais de 7.400 infetados pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), que provoca a doença covid-19, uma infeção respiratória aguda que pode desencadear uma pneumonia.

Detetado em dezembro de 2019, na China, o novo coronavírusinfetou mais de 828 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 41 mil.

Dos casos de infeção, pelo menos 165 mil são considerados curados.

 

 

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