Estas conclusões resultam de um estudo, dos médicos Paulo Luz e Luís Bretes, que apontam também que este doentes são mais suseceptiveis devido ao seu estado "imunodepressor sistémico".
As conclusões basearam-se numa análise retrospetiva a 1.590 doentes tratados na China e que foi publicado na Acta Médica Portuguesa, revista científica da Ordem dos Médicos, da autoria dos médicos.
No texto sobre "O Desafio de Tratar Doentes Oncológicos durante a Atual Pandemia Pela Covid-19" é destacado que os doentes têm várias preocupações nomeadamente o medo do contágio no hospital, fazendo com que os que necessitam de assistência médica não a procurem, além de poderem entender que a sua situação passou para um segundo plano devido ao adiamento de consultas e exames complementares.
É também destacado que a suspensão de visitas nos hospitais tem efeitos devastadores nos doentes, muitos em fim de vida.
"Por isso, é importante o contacto entre profissionais de saúde, doentes e familiares por outras vias como o telefone, correio eletrónico ou videochamadas", é sublinhado no artigo.
Nesta análise, os médicos referem que os doentes oncológicos são mais suscetíveis a infeções devido ao estado imunodepressor sistémico, apresentando um maior risco de infeção pelo novo coronavírus, salientando contudo que ainda existem dados bastante escassos no que diz respeito aos doentes oncológicos e como a infeção os pode afetar.
É referido que os médicos optam por regimes terapêuticos que não obrigam a diversas deslocações aos hospitais e por quimioterapia oral sempre que possível.
"Devemos tentar a todo o custo que não se suspendam tratamentos adjuvantes e por tanto, com intuito curativo. No entanto, pode surgir a necessidade de sermos mais criteriosos na prescrição de tratamentos em doentes metastáticos com algumas linhas de tratamento ou com diagnósticos nefastos", destaca é destacado.
Os médicos asseguram: "será sempre escolhido o melhor tratamento que podemos oferecer neste momento para o doente".
No que diz respeito aos profissionais de saúde, os médicos salientam que estes também têm medo de contagiar-se e de contagiar familiares e doentes.