"Estamos atentos e estamos a testar em todas as vertentes, quer profissionais de saúde, quer estruturas residenciais para idosos, quer unidades de cuidados continuados integrados", explicou, alegando que os testes são feitos "com critério".
"O testar por testar não nos traz qualquer tipo de segurança, traz-nos, pelo contrário, uma falsa segurança. Ter um resultado negativo, pode, entretanto, positivar ao fim de alguns dias. É por essa via que quando nós testamos mantemos as pessoas testadas em vigilância ativa, por forma a acompanharmos a sua evolução", acrescentou.
Desde o dia 26 de março que os passageiros que aterram nos Açores são obrigados a ficar em confinamento em hotéis identificados e pagos pelo Governo Regional.
Questionado sobre a deteção de casos positivos entre os hóspedes dos hotéis, o responsável da Autoridade de Saúde Regional dos Açores disse também ainda não terem sido detetados.
O número de casos da covid-19 nos Açores aumentou hoje para 66, com três novos casos na ilha de São Miguel, sendo um deles o nono profissional de saúde infetado pelo novo coronavírus na região.
"Temos nove profissionais de saúde com infeção pelo novo coronavírus. Dentro desses nove, um é médico, um técnico de diagnóstico e terapêutica, seis enfermeiros e um assistente operacional", avançou Tiago Lopes.
Três destes profissionais de saúde integravam uma cadeia de transmissão local detetada no concelho da Povoação (o primeiro na ilha de São Miguel a ter um cordão sanitário), tendo transmitido o vírus a quatro colegas.
Segundo Tiago Lopes, foram, no entanto, testados 57 profissionais de saúde que tiveram contacto com os colegas infetados e, além dos quatro positivos, 50 tiveram resultado negativo, estando três ainda a aguardar o resultado das análises.
Os Açores têm 66 casos confirmados de infeção pelo novo coronavírus (31 em São Miguel, 11 na Terceira, nove no Pico, sete em São Jorge, cinco no Faial e três na Graciosa), estando 14 internados nos três hospitais da região, cinco deles nos cuidados intensivos.
O responsável da Autoridade de Saúde Regional disse que as faixas etárias dos doentes em situação crítica "são variadas", mas sublinhou que todos tinham "patologias associadas".
"As últimas informações que nós temos é de que têm mantido o seu estado crítico estável. Não é satisfatório para qualquer um de nós essa informação, mas, por via da criticidade do seu estado, ainda necessitam dessa vigilância por parte dos especialistas das diferentes equipas de saúde, no âmbito dos cuidados intensivos", apontou.
Aguardam ainda colheita de amostras ou resultado de análises 70 pessoas nos Açores, estando outras 2.797 em vigilância ativa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).