De acordo com um comunicado divulgado, a USF-AN considera que a DGS "tem insistido em desvalorizar o potencial e trabalho em equipa de saúde familiar (...) uma vez que apenas tem considerado os médicos para tarefas inerentes à vigilância e monitorização" da população suspeita ou contagiada pelo SARS-CoV-2.
A exclusão de "milhares de enfermeiros de família e secretários clínicos" que trabalharam nos Cuidados de Saúde Primários é "um erro de avaliação das sinergias", prossegue a nota.
Por essa razão, esta associação pede à Direção-Geral da Saúde que corrija as diretrizes elaboradas "o mais brevemente possível", de modo a que "os enfermeiros possam, legalmente, colaborar em todos os registos a realizar" na plataforma 'Trace COVID-19 '.
A plataforma informática 'Trace COVID-19', desenvolvida pela DGS e pelos Serviço Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), permite apoiar os profissionais dos Cuidados de Saúde Primários, bem como a Saúde Pública, para realizarem registo detalhado de informação específica sobre os casos, respetivo rastreio de contactos, vigilância ativa e passiva e também acompanhamento clínico.
"Lamentamos que não seja (re)conhecido o potencial das equipas de proximidade e dos enfermeiros de família", sublinha a USF-AN, acrescentando que "não é de todo entendível que num contexto de pandemia (...), sobrecarreguem um grupo profissional e subaproveitem outros altamente qualificados".
A diretora-geral da Saúde, Graça Freitas, adiantou, em 30 de março, que já se tinham inscrito mais de 30.000 pessoas na plataforma 'Trace COVID-19'.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de um milhão de pessoas em todo o mundo, das quais morreram perto de 55 mil.
Dos casos de infeção, cerca de 200 mil são considerados curados.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela DGS, registaram-se 246 mortes, mais 37 do que na véspera (+17,7%), e 9.886 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 852 em relação a quinta-feira (+9,4%).
Dos infetados, 1.058 estão internados, 245 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 68 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.
Além disso, o Governo declarou no dia 17 de março o estado de calamidade pública para o concelho de Ovar.