Marta Temido, a ministra da Saúde, indicou este domingo, na apresentação do boletim epidemiológico, que se contabilizam agora 295 óbitos, situando-se a taxa de letalidade em Portugal nos 2,6%, uma taxa que sobe para 10,6% em doentes com mais de 70 anos.
A governante chamou a atenção para o número de doentes a necessitar de cuidados intensivos, num momento em que "a pressão sobre o internamento hospitalar está a crescer".
Em primeiro lugar, anunciou um reforço da capacidade da medicina intensiva. A ministra relembrou que no início de março existiam 1.142 ventiladores no SNS dedicados aos doentes Covid-19 em UCI. Marta Temido diz que essa capacidade "mais do que duplicou", pois existem agora mais 1.538, 85% com capacidade invasiva, oriundos de compras e doações.
Na conferência de imprensa diária na Direção-geral de Saúde, Marta Temido apelou ainda a que só estejam em internamento hospitalar "aqueles que efetivamente precisem de estar", para que sejam geridas de "forma eficiente" as capacidades de internamento hospitalar.
"Neste momento, é necessário fazer um apelo redobrado ao esforço de articulação de toda a estrutura social para que os hospitais sejam reservados para os casos graves e estados críticos", sublinhou.
Sobre os profissionais de saúde infetados, pelo trabalho na primeira linha de combate à pandemia, Marta Temido diz que até ao último sábado havia 1.332 profissionais com casos confirmados de infeção, dos quais 231 são médicos, 339 enfermeiros e 662 outros profissionais de saúde, de acordo com dados do SINAV.
A ministra explicou que a informação disponível não desagrega os profissionais de saúde do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e de todo o sistema, sublinhando que, no início do surto, existiram "muitos casos confirmados" em entidades profissionais que não trabalham no SNS.
O uso de luvas para ir ao supermercado
Graça Freitas, diretora-geral de Saúde, voltou, este domingo, a aclarar os perigos do uso indevido de material de proteção, como as luvas. A responsável respondia à pergunta de um jornalista sobre as pessoas que vão de luvas ao supermercado, tocando em várias superfícies e depois na máscara ou na face.
A responsável pela Saúde sublinhou que a informação sobre a higiene e a etiqueta respiratória está disponível, mas que nunca é demais repetir. "O uso indevido de material de proteção pode ser contraproducente e dar até uma falsa sensação de segurança", disse, repetindo aquilo que vem sendo explicado há semanas. "Quer se tenhas luvas, quer não tenha, se se tocar numa superfície contaminada, a contaminação passa" para a mão ou para a luva. "Se depois forem levadas à cara, os vírus são transmitidos", explicou.
"As luvas são apenas uma falsa sensação de segurança, devem ser usadas apenas uma única vez, num único ato de contacto e descartadas", explicou. Sublinhe-se que o uso de máscara e luvas é aconselhado a pessoas com sintomas, pessoas com outras doenças, pessoas que estejam a cuidar de doentes infetados e profissionais de saúde.
"Lavemos as mãos com frequência, a principal medida de proteção das mãos é a lavagem frequente e no intervalo não tocar na cara", sustentou a profissional de saúde. "Luvas usadas frequentemente só estão a acumular, potencialmente, vírus de diversas origens", terminou.
Acompanhe abaixo, em direto, a conferência de imprensa da Direção-Geral de Saúde: