Açores: Aumento de cadeias de transmissão da Covid-19 não preocupa

 Os Açores já detetaram 67 casos confirmados da covid-19 (um dos quais recuperado), não tendo registado hoje novos resultados positivos.

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Lusa
06/04/2020 19:33 ‧ 06/04/2020 por Lusa

País

Coronavírus

O aumento do número de cadeias de transmissão local da covid-19 nos Açores não é preocupante, desde que as mesmas estejam circunscritas, afirmou hoje o responsável da Autoridade de Saúde Regional, Tiago Lopes.

"É normal que, continuando a testar cada vez mais, possamos identificar mais cadeias de transmissão. Desde que elas sejam cadeias de transmissão primárias, não será o principal motivo de preocupação pelo número que elas podem ter. É preciso é que elas sejam muito circunscritas e não passem a secundárias, terciárias e eventualmente a transmissão comunitária", adiantou, no ponto de situação diário, em Angra do Heroísmo.

Os Açores já detetaram 67 casos confirmados da covid-19 (um dos quais recuperado), não tendo registado hoje novos resultados positivos.

A Autoridade de Saúde Regional identificou sete cadeias de transmissão local: uma na ilha do Pico, duas na ilha Terceira e quatro na ilha de São Miguel (duas no concelho da Povoação e duas no de Ponta Delgada), sendo que apenas numa se verificou transmissão secundária.

A origem das duas cadeias detetadas em Ponta Delgada ainda está em investigação epidemiológica.

"Ainda estamos a aguardar os resultados das análises que irão ser feitas, para tentarmos ainda determinar os focos dessas cadeias", afirmou Tiago Lopes.

O responsável da Autoridade de Saúde Regional disse que o aumento do número de cadeias de transmissão identificadas está relacionado com o número de análises realizadas, sublinhando que a região não se tem limitado a testar as pessoas com sinais ou sintomas da doença.

"Quando tentamos testar cada vez mais e identificar e diagnosticar os positivos e negativos, acabamos indubitavelmente por descobrir mais cadeias de transmissão e mais casos positivos. Às vezes pode dar nota de que a evolução do surto está a crescer de forma mais significativa, mas não significa propriamente isso, significa que estamos a testar cada vez mais e para lá do que é recomendável", frisou.

Desde o início do surto, os Açores identificaram 1.140 casos suspeitos de covid-19, dos quais 67 tiveram resultado positivo, 963 tiveram resultado negativo e 110 estão a aguardar por colheita de amostras ou resultado.

Segundo Tiago Lopes, já foram testados 175 profissionais de saúde na região, 125 na ilha de São Miguel, 23 no Pico, 19 na Terceira e oito no Faial.

Há nove profissionais de saúde infetados (um médico, um técnico de diagnóstico e terapêutica, seis enfermeiros e um assistente operacional), 154 tiveram resultado negativo e 12 ainda aguardam colheita de amostras ou resultados.

Uma das cadeias de transmissão detetadas na ilha de São Miguel originou infeções no Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, tendo sido detetados quatro casos positivos em profissionais de saúde e um num doente.

Questionado sobre o impacto no funcionamento da unidade hospitalar, Tiago Lopes disse que as autoridades ainda aguardam pelos resultados de outras análises, mas considerou que o número de resultados negativos não faz prever uma reorganização intensa.

"É uma boa informação termos, neste momento, tantos contactos próximos com resultado negativo. Sem querer estar a criar falsas expectativas, a verdade é que demonstra que dentro do próprio hospital os profissionais de saúde souberam acautelar e tomaram as devidas recomendações para a prevenção da infeção. Houve alguns casos de transmissão local, mas podia ter tido impacto mais significativo na instituição", apontou.

Questionado sobre um grupo de 15 açorianos que estiveram em contacto com casos positivos num cruzeiro na Austrália, que pretende regressar à região, o responsável da Autoridade de Saúde Regional disse que o grupo estava a ser acompanhado pelas autoridades de saúde no continente português e que regressaria aos Açores quando estivessem garantidas as condições de segurança.

"Estamos em articulação com as autoridades de saúde do continente e quando realizarem o período de quarentena e os testes, se assim for entendido pelas autoridades de saúde do continente, e estiver salvaguardada a minimização do potencial de infeção que eles possam ter, claro que iremos proceder, assim que possível, ao seu regresso", afirmou.

Os Açores têm 66 casos ativos da covid-19 (32 em São Miguel, 10 na Terceira, nove no Pico, sete em São Jorge, cinco no Faial e três na Graciosa) e um recuperado.

Aguardam colheita de amostras ou resultados laboratoriais 110 pessoas e 2.775 estão em vigilância ativa.

O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 1,2 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram mais de 70 mil.

Em Portugal, registaram-se 311 mortes e 11.730 casos de infeções confirmadas.

 

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