Quase dois mil enfermeiros estão em vigilância ativa em casa depois de terem estado em contacto direto com doentes infetados com o novo coronavírus e estão agora impedidos de prestar cuidados de saúde.
De acordo com um comunicado emitido pela Ordem dos Enfermeiros, "estes números resultam do inquérito lançado há uma semana pela Ordem dos Enfermeiros, ao qual responderam 20.771 Enfermeiros, o que corresponde a cerca de 50% do número de Enfermeiros que trabalham no SNS".
O levantamento indica ainda que há 363 infetados com a Covid-19, um número superior aos divulgados oficialmente, e outros 16 já recuperados.
A Ordem, liderada por Ana Rita Cavaco, aponta ainda o dedo ao facto de enfermeiros continuarem "a não ser testados, pondo em perigo a única linha de defesa à pandemia da covid-19, quando os profissionais de Saúde deviam ter prioridade no acesso aos testes, seguindo as recomendações da OMS [Organização Mundial da Saúde]."
O comunicado revela ainda que além dos 1.984 enfermeiros em vigilância ativa, há ainda 1.810 em vigilância passiva, "sem realização de teste ou a aguardar" a realização deste.
O Porto continua a ser o distrito com mais casos de infeção pelo novo coronavírus nestes profissionais com 114 enfermeiros infetados, seguido de Lisboa, com 72, e Coimbra, com 52. Braga regista 31 enfermeiros infetados, Aveiro 21 e Setúbal 18.
"Neste momento, já não há nenhum distrito sem enfermeiros infetados, pelo que urge testar os profissionais", termina o documento.