Condutores fiscalizados em Coimbra precavidos e com declaração à mão

A fiscalização da PSP numa das entradas de Coimbra, devido à limitação da deslocação para fora do concelho de residência, tem hoje decorrido com normalidade, com a maioria dos condutores precavidos e com uma declaração à mão.

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Lusa
09/04/2020 12:21 ‧ 09/04/2020 por Lusa

País

PSP

Assim que a viatura é mandada encostar, à beira da rotunda do Almegue, em Coimbra, grande parte dos condutores apresenta logo, sem ainda ter ouvido qualquer pedido do agente da PSP, uma declaração a justificar a saída do seu concelho de residência ou a carta de condução, quando são de Coimbra.

A PSP e GNR começaram às 00:00 de hoje uma operação conjunta para garantir o cumprimento das regras mais apertadas de circulação durante o período da Páscoa e previstas no estado de emergência devido à covid-19.

"A maioria vem já com a declaração ou a carta de condução na mão", notou o chefe da brigada de trânsito da PSP, Pedro Ferreira, na operação em Coimbra.

Outro agente confirma essa constatação, sendo raros os casos em que há algum problema ou suspeita de incumprimento por parte dos condutores fiscalizados.

"Vou a casa da minha avó para prestar auxílio", explica Luís Ferreira, condutor com residência em Coimbra, quando abordado por um dos agentes, explicando à agência Lusa que já estaria à espera do controlo.

Logo a seguir, para um carro com uma mulher que apenas explica que é do Lorvão, em Penacova, enquanto mostra a declaração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) e segue de imediato viagem.

No entanto, vão surgindo algumas situações de possível incumprimento das regras.

"Já tive que mandar para trás uma senhora que queria ir buscar uma peça para um automóvel", contou Pedro Ferreira.

Momentos antes, mandou parar uma viatura.

Um homem de Soure afirmou que ia buscar medicamentos ao hospital para a sua mãe, que é doente oncológica, mas não tinha qualquer declaração ou documento.

"Atendendo ao que está a dizer, depois de passar pelo hospital vai voltar aqui e tem que vir ter comigo mostrar os medicamentos, porque se não for verdade, eu terei que fazer um auto por desobediência", afirmou o agente da PSP.

"Eu tenho um primo que é chefe da PSP. Pode perguntar-lhe, você deve conhecê-lo", disse o condutor, ao que o agente respondeu que ali não conhece "ninguém".

Se na rotunda do Almegue encontrava-se algum movimento, especialmente provocado pela fiscalização, o mesmo não se poderia dizer hoje de manhã nas entradas e saídas da A1 em Condeixa-a-Nova e Coimbra Norte, bem como na saída da A14 para Ançã, onde a agência Lusa não encontrou qualquer controlo.

Fonte da GNR de Coimbra esclareceu que, face às condições atmosféricas, as patrulhas não estão num local estático, deslocando-se entre pontos de maior movimento, onde vão fazendo fiscalizações aleatórias.

Também na estação de comboios de Coimbra-B não se encontrou qualquer controlo nem movimento.

Um dos comboios, vindo de Aveiro, chegou praticamente vazio à estação, "apenas com meia dúzia" de pessoas, contou um funcionário da CP.

Aline Silva, das poucas pessoas que se encontrava na estação, teve que deixar uma pessoa idosa que acompanha no Porto e procurava agora na estação forma de regressar ao seu concelho de residência, em Lisboa, depois de o comboio que tinha na noite de quarta-feira ter sido suprimido.

"Vou tentar ir até ao Entroncamento e de lá até Lisboa, mas está difícil. Vai ser uma jornada", desabafou.

 

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