Guimarães quer mais testes a lares assumindo custos se necessário

A Câmara de Guimarães garantiu hoje que assumirá os custos com testes à covid-19 em lares caso o Governo não os suporte, e lamentou que "exista falta de testes", sugerindo que seja feita a "requisição civil dos laboratórios privados".

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Lusa
10/04/2020 13:52 ‧ 10/04/2020 por Lusa

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Covid-19

"Falei com os responsáveis de saúde regionais e locais e disse que os testes a todos os lares de idosos do concelho de Guimarães nunca deixariam de se realizar se o Governo não os pudesse suportar financeiramente, uma vez que o Município assumiria esses custos", referiu o presidente da Câmara de Guimarães, Domingos Bragança, citado em comunicado.

Nas mesmas declarações, que surgem na sequência de uma reunião camarária realizada quinta-feira por videoconferência, o autarca lamenta que "exista falta de testes em Portugal, em todos os concelhos", apontando que esta é "uma dificuldade sentida por toda a Europa".

"Daí a necessidade de se priorizar a sua realização. O Governo deverá fazer a requisição civil dos laboratórios privados, para que os testes a realizar sejam apenas os reportados pelos serviços de saúde pública, tendo em conta as prioridades que estabelece, nomeadamente a prioridade a dar aos hospitais e aos lares de idosos", disse Domingos Bragança.

No que diz respeito ao concelho de Guimarães, no distrito de Braga, o número de lares é de cerca de 40, correspondendo a um número de aproximadamente 1.800 utentes e 1.200 funcionários.

O relatório divulgado hoje pela Direção-Geral da Saúde (DGS) indica que este concelho regista 174 casos de infeção pelo novo coronavírus.

Na nota enviada à Lusa, a Câmara de Guimarães recorda um conjunto de medidas tomadas para mitigação da crise sanitária, nomeadamente a criação no Centro de Saúde da Amorosa de uma área dedicada à avaliação e tratamento de doentes covid-19, em parceria com o Agrupamento de Centros de Saúde do Alto Ave.

Soma-se a criação, em colaboração com a CERCIGUI, de um espaço de acolhimento para os sem-abrigo, a disponibilização de instalações de acolhimento destinadas a assegurar o isolamento profilático de pessoas sem retaguarda familiar ou sem condições de habitação, e a instalação de um Hospital de Retaguarda no multiusos de Guimarães, para assistência hospitalar a doentes com menor gravidade.

"[O objetivo] É libertar Hospital Senhora da Oliveira para os casos graves", explicou Domingos Bragança.

O autarca enumerou ainda outras medidas destinadas "a famílias e empresas, incluindo as que se encontram em 'lay-off'", acrescentando que "as instituições que neste momento passam por dificuldades terão vários benefícios, como a suspensão ou isenção do pagamento de taxas e outras receitas municipais".

A suspensão do pagamento em parcómetros e parques de estacionamento explorados diretamente pelo Município ou pela empresa municipal Vitrus Ambiente, a aplicação, pela empresa Vimágua, da tarifa social da água às famílias que vejam reduzidos os seus rendimentos no período de emergência nacional, e os apoios concedidos aos serviços de Proteção Civil, são outras das medidas mencionadas.

Soma-se, no apoio às empresas, o Plano Integrado de Recuperação Económica do Município, elaborado pelo Gabinete de Crise e da Transição Económica, documento que inclui um conjunto de ações de curto e médio prazo que se destinam a alavancar a atividade económica das empresas do concelho de Guimarães.

A pandemia do novo coronavírus já matou 96.340 pessoas em todo o mundo e infetou quase 1,6 milhões em 193 países e territórios desde o início da pandemia, em dezembro passado, na China.

Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.

Portugal regista hoje 435 mortos associados à covid-19, mais 26 do que na quinta-feira, e 15.472 infetados (mais 1.516), indica o boletim epidemiológico divulgado pela DGS.

 

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