Na conferência de imprensa diária de atualização sobre a pandemia da covid-19, Graça Freitas reforçou que os doentes com sintomas ligeiros devem ser tratados em casa, incluindo idosos que residam em lares, conforme as normas emitidas pela Direção-geral da Saúde (DGS).
"A maior parte das situações das pessoas que têm covid devem ser tratadas em domicílio e o mesmo se aplica a lares onde estão confinadas várias pessoas", afirmou a diretora-geral, sublinhando que estes utentes devem ser isolados dos restantes.
No entanto, algumas instituições têm-se queixado de falta de condições para garantir esse isolamento e na terça-feira o presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP) pediu que os hospitais deixassem de devolver idosos infetados aos lares por estes não terem condições nem recursos.
Referindo que a entrega aos familiares também não é solução, Manuel Lemos propôs a criação de instalações específicas para acolher idosos que testem positivo para covid-19, seja selecionando um lar por concelho ou distrito para o efeito, ou montando um hospital de campanha.
Questionada sobre denúncias como esta, Graças Freitas afirmou que, nestes casos, as alternativas devem ser encontradas pelas entidades gestoras dos lares residenciais, em colaboração com as autoridades locais.
"O que as normas dizem é que as autoridades de saúde competentes, as outras autoridades territorialmente competentes e obviamente as autoridades que gerem estes lares terão que, perante uma situação concreta e avaliado o risco, encontrar a nível comunitário (...) a melhor solução possível", explicou.
Segundo as orientações da DGS para os lares de idosos e as unidades de Cuidados Continuados e Integrados, publicadas na terça-feira, "as transferências de doentes para outras unidades/instalações deverão ser articuladas entre a instituição, a Autoridade de Saúde Local e outras entidades locais e obrigam à realização de teste para SARS CoV-2".
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 96 mil mortos e infetou quase 1,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 435 mortos, mais 29 do que na véspera (+6,4%), e 15.472 casos de infeções confirmadas, o que representa um aumento de 1.516 em relação a quarta-feira (+10,9%).
Dos infetados, 1.179 estão internados, 226 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 233 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado no dia 02 de abril na Assembleia da República.