Na homilia da Vigília Pascal - a celebração mais importante do calendário litúrgico católico -, na Sé de Lisboa, Manuel Clemente lembrou também que "sem a notícia pascal, ecoada por tantas presenças generosas, por tantos motivos e figuras, a sociedade não contaria com a esperança que ela trouxe e a tantos acalenta, nesta hora".
"O ressuscitado espera-nos na Galileia do mundo, para a nós e connosco, manifestar a sua Páscoa onde for mais urgente para reabrir o futuro", disse Manuel Clemente na homilia desta noite, citado pela agência Ecclesia.
Numa celebração sem a presença física de fiéis devido à pandemia de covid-19, o cardeal patriarca de Lisboa lembrou a ação dos cristãos "em tempo de fome, peste e guerra", sublinhando "este tempo preciso, em que em pandemia se sofre" e no qual "a ressurreição de Cristo redobra os sinais da sua presença salvadora".
A ressurreição de Cristo "trouxe-lhe a vitória sobre qualquer morte que seja", garantindo "um futuro absoluto, só em Deus atingível", afirmou o presidente da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), frisando que "contra grandes males, só vale todo o bem".
Face à pandemia, a CEP determinou a "suspensão da celebração comunitária" da missa "até ser superada a atual situação de emergência", pelo que as cerimónias litúrgicas estão a ocorrer "sem a participação física dos fiéis [...] no cumprimento das deliberações das autoridades civis e de saúde".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 107 mil mortos e infetou mais de 1,7 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Dos casos de infeção, quase 345 mil são considerados curados.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 470 mortos, mais 35 do que na sexta-feira (+8%), e 15.987 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 515 em relação à véspera (+3,3%).