"Serão contratados 50 técnicos da área social, entre assistentes técnicos, assistentes administrativos, técnicos superiores, portanto de vários graus da administração pública", explicou Manuel Grilo (BE - partido que tem um acordo de governação do concelho com o PS).
Estas contratações, acrescentou o vereador, serão feitas através de contratos interadministrativos com o ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa e com o Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP), num investimento da autarquia de cerca de 350 mil euros.
Além disso, a autarquia pretende que venham a ser contratados mais 16 profissionais da área da saúde "através de várias associações que cooperam já com a câmara e que têm alguma disponibilidade".
"Não temos a certeza de conseguirmos chegar aos 16, mas alguns conseguiremos e já estão acertados para serem contratados pela câmara municipal através de formas diversas para o espaço de tempo de três meses, possivelmente com a renovação de mais um a quatro meses, tanto quanto durar previsivelmente esta crise pandémica", salientou.
Devido à pandemia, o município já abriu quatro centros de acolhimento de emergência para sem-abrigo, no Pavilhão Municipal Casal Vistoso, no Pavilhão da Tapadinha, na Casa do Lago e no Clube Nacional de Natação, que acolhem mais de 200 pessoas por dia.
A autarquia está a estudar a abertura de mais espaços, mas isso só poderá acontecer quando as contratações forem efetivadas, referiu Manuel Grilo, acrescentando que espera que o processo seja concluído "nos próximos dias".
O autarca notou também que estes profissionais precisarão de ter uma pequena formação "nos atuais quatro centros para saberem e conhecerem as metodologias de trabalho com pessoas em situação de sem-abrigo".
O objetivo da Câmara de Lisboa é criar respostas mais segmentadas, contrariando o que acontece neste momento no Pavilhão do Casal Vistoso, "que é manifestamente muito grande e, portanto, de difícil gestão".
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já provocou mais de 114 mil mortos e infetou mais de 1,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Em Portugal, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, registam-se 535 mortos, mais 31 do que no domingo (+6,2%), e 16.934 casos de infeção confirmados, o que representa um aumento de 349 (+2,1%).
Dos infetados, 1.187 estão internados, 188 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 277 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril.