Regresso às aulas presenciais no secundário será "de forma parcial"

O primeiro-ministro visitou hoje os estúdios da RTP, onde estão a ser gravadas as aulas para os alunos do ensino básico que serão disponibilizadas através da televisão na próxima semana.

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Mafalda Tello Silva
15/04/2020 09:48 ‧ 15/04/2020 por Mafalda Tello Silva

País

Covid-19

Um dia após ter arrancado o terceiro período escolar, ao lado do ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, António Costa participou na apresentação, esta manhã, do #EstudoEmCasa, o instrumento que a partir da próxima segunda-feira irá disponibilizar aulas para os alunos do ensino básico através da televisão pelo canal RTP Memória. 

Em direto para o país, o primeiro-ministro começou por elogiar o "extraordinário esforço" que as famílias, os professores e os alunos fizeram para se adaptar à nova realidade", em particular nas duas semanas anteriores às férias da Páscoa, considerando que a "escola continuou" mesmo com as instalações fechadas.

Recordando que foi entendido que este terceiro período escolar não podia arrancar nos mesmos moldes em que decorreram aquelas duas semanas antes da Páscoa, António Costa elogiou também a criação desta nova ferramenta e garantiu que "no início do próximo ano letivo será assegurada a universalidade do acesso digital". 

"Soubemos que há um conjunto de alunos que não têm acesso às plataformas digitais e por isso era preciso complementar a oferta (digital) com uma nova oferta que chegasse a todos e foi por isso que criámos este programa do #EstudoemCasa através da RTP Memória. Não para relembrar a velha Telescola mas para criar uma escola do tempo de hoje, mais acessível a todos (...). Há um compromisso que como sabem já assumimos: No início do próximo ano letivo será assegurada a universalidade do acesso digital, quer de rede, de equipamentos ou de conteúdos", sublinhou o chefe do Governo, alertando, contudo, que esta é uma ferramenta complementar e "não substitui obviamente o trabalho que os professores vão continuar a fazer" através de outros recursos educativos. 

O primeiro-ministro vincou também que estes são dias decisivos e que "não podemos perder o resto das nossas vidas", o que passa por uma continuação de um "trabalho na educação", porque "só com a educação que podemos construir o futuro". 

António Costa elogiou ainda o trabalho da estação de televisão pública, que montou "em tempo recorde" uma solução para tornar mais acessível o ensino em tempos de pandemia. Durante a visita, os governantes assistiram à gravação de uma dessas aulas: uma aula ciências, sobre recursos naturais e o processo de fossilização, para os alunos dos 7.º e 8.º anos de escolaridade.

Regresso às aulas presenciais no secundário "nunca antes de 4 de maio"

Questionado sobre a reabertura das escolas, António Costa revelou ainda que "relativamente aos alunos do ensino secundário" a ambição é retomar "assim que possível as aulas presenciais", mas nunca antes de 4 de maio

"[As aulas presenciais] serão sempre retomadas de uma forma parcial. Serão sempre só as 22 cadeiras que são sujeitas a exame pois queremos que esteja o menor número de pessoas num espaço de tempo o menor possível nas escolas para evitar riscos de contágio", esclareceu, alertando que, ainda assim, não é por enquanto possível determinar uma data. 

E o regresso da atividade económica? 

Sobre o retorno à 'normalidade' no setor económico, o primeiro-ministro voltou a reiterar que a saúde deve estar à frente de qualquer interesse económico e que este ainda não é o momento para se avançar para o levantamento de certas medidas restritivas.

"Só podemos retomar a atividade quando tivermos a certeza, o conforto necessário e a confiança suficiente na sociedade de que reabrindo não aumentamos o risco de contaminação para além daquilo que é controlável, e sabemos que ainda não chegou esse momento. Este ainda é o momento de fazermos um esforço acrescido de manter a contenção", concluiu. 

Ministro da Educação foca importância da "caixinha mágica"

Ainda durante a visita à estação de televisão, Tiago Brandão Rodrigues aproveitou a ocasião para agradecer também aos professores, "os verdadeiros artífices" do ensino à distância, que marcou as últimas duas semanas de aulas do segundo período, antes das férias da Páscoa, e vai também marcar o resto do ano letivo, em que as escolas se vão manter encerradas devido à pandemia da covid-19.

O ministro da Educação sublinhou igualmente a importância do espaço #EstudoEmCasa, que resulta de uma colaboração entre a tutela, a RTP e a Fundação Calouste Gulbenkian, para que os alunos que não têm acesso aos equipamentos tecnológicos para acompanhar as aulas 'online' não sejam excluídos do ensino durante este período.

Segundo o ministro, esta iniciativa é essencial para, "através da televisão, dessa caixinha mágica, poder educar e ensinar cada vez melhor os nossos alunos, complementando depois com o trabalho inexcedível" dos professores.

Os estabelecimentos de ensino estão encerrados desde 16 de março, depois de o Governo ter decidido suspender as atividades letivas presenciais como forma de conter a propagação do novo coronavírus.

Durante o terceiro período, que foi alargado até 26 de junho, os alunos do 1.º ao 10.º ano de escolaridade vão continuar a estudar a partir de casa, estando apenas previsto o eventualmente regresso às escolas dos alunos dos 11.º e 12.º anos, caso a situação epidemiológica no país o permita.

 

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