O mundo depara-se neste momento num intenso duelo contra um inimigo comum, para o qual todos os países pretendem que o impacto seja o menor possível, quanto ao nível de vidas roubadas e, subsequentemente, também com danos financeiros e económicos o menos gravosos possíveis.
Em dezembro de 2019, o gabinete da Organização Mundial de Saúde (OMS) da China informou sobre mais de duas dezenas de casos de pneumonia de origem desconhecida detetados na cidade de Wuhan, na província de Hubei, para na primeira quinzena de janeiro as autoridades chinesas identificarem o agente causador das pneumonias, como um novo tipo de coronavírus.
O SARS-CoV2 começou, ainda no mês de janeiro, a surgir noutros países: Tailândia, Japão e... nos Estados Unidos, a 21 de janeiro, num doente regressado de Wuhan.
O país que hoje encabeça a lista das nações com maior número de casos de infeção, assim como de óbitos, a nível mundial, acordou tarde para uma realidade que se viria a tornar desastrosa dois meses volvidos.
De acordo com o último boletim da Universidade Johns Hopkins, os Estados Unidos registaram 2.569 mortos nas últimas 24 horas devido à Covid-19, o que elevou para 28.326 o número total de vítimas mortais.
Logo de seguida surge Itália com 22.170 óbitos e Espanha com 19.130 vítimas mortais, números que são atualizados diariamente pela Proteção Civil transalpina e ministério da Saúde espanhol, respetivamente.
Dois países que se encontram numa curva pandémica decrescente e depois de ambos já terem ultrapassado os respetivos picos, no decorrer do mês de abril apresentaram taxas de mortalidade abaixo dos 4% nos últimos sete dias.
Uma taxa de letalidade que é bastante superior em países como França e Reino Unido, onde a percentagem de óbitos subiu esta quarta-feira 9,1%, naquele que foi o dia mais negro em termos de mortes para um país europeu, 1.438 pessoas no espaço de apenas 24 horas (o número mais alto de vítimas mortais num só dia em países europeus).
Neste capítulo, França é o terceiro país do mundo com mais vítimas mortais pela Covid-19, 17.920, surgindo logo de seguida o Reino Unido com 13.729.
Se no dia 13 de abril, a taxa de letalidade em terras de Sua Majestade, face ao dia anterior, rondava os 13 pontos percentuais, nos últimos quatro dias a percentagem já se fixou abaixo dos 7%, mesmo assim longe do paradigma que se vive em Espanha e Itália.
E como está o panorama português?
Nas últimas 24 horas, morreram em Portugal devido à Covid-19 mais 30 pessoas (um aumento de 5%), elevando para 629 o número total de vítimas.
Nesse sentido, o nosso país aparece na 16.ª posição, entre o leque de países com mais óbitos pela Covid-19, à escala mundial, o 11.º a nível europeu.
Nesta quarta-feira, o número de infetados aumentou para os 18.841, tendo-se registado 750 novos casos em relação ao dia de ontem, o que significa um aumento de 4%.
Desse modo e tendo em conta esta variante, Portugal também aparece no 16.º posto entre os países com maior número de casos diagnosticados pelo novo coronavírus, numa lista que é encabeçada por Estados Unidos (674.829), Espanha (182.816) e Itália (168.941).
Diferentes dimensões, diferentes percepções
Porém, às vezes, torna-se difícil, e desajustado, comparar a situação de um país, neste caso Portugal, em que a população ronda os 10,5 milhões de habitantes, com outros que têm uma densidade populacional cinco vezes superior.
Todavia, e para uma equiparação mais 'justa', podemos avaliar a situação nacional com as que estão ser vividas na Bélgica e na Holanda.
A Bélgica, território com pouco mais de 30 mil Km2 (tamanho inferior à região do Alentejo) e uma população de 11,5 milhões de habitantes, é o sétimo país do mundo com mais óbitos registados até ao momento, 4.857, sendo que o número de casos de infeção por Covid-19 ascende a 34 mil (34.809). Diferença para Portugal? Mais 4.228 óbitos e 15.968 infetados.
No país ao lado, a Holanda, a situação não é menos dramática. Neste território, com pouco mais de 41 mil Km2 (menos de metade do que Portugal) e uma densidade populacional de 17,2 milhões de habitantes, o número de casos positivos suplanta a barreira dos 29 mil (23.097) e dos 3.300 óbitos (3.315). Diferença para Portugal? Mais 2.686 mortes e 4.256 casos positivos.
