Se todos usarem máscara, nível de proteção vai além dos 85%
Miguel Guimarães alerta ainda que o regresso à vida normal tem que ser feito de forma "muito cautelosa" sob pena de termos uma "recaída" na infeção por Covid-19 no país.
© Miguel Guimarães
País Pandemia
Defensor desde cedo do uso generalizado de máscaras, Miguel Guimarães referiu, em declarações à SIC Notícias esta sexta-feira, que a "curva [epidemiológica] está aparentemente estável", não se tendo registado uma "subida exponencial como aconteceu em Espanha". O que "dá mais capacidade ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) de poder responder adequadamente às necessidades que vão existindo", admitiu.
Todavia, com a abertura para o regresso à vida "normal", esse cenário que á agora favorável pode alterar-se, avisou. "Esta abertura da possibilidade de as pessoas terem uma vida mais normal tem que ser feita de forma muito cautelosa", disse, sugerindo que Portugal siga o exemplo da Alemanha.
Isto porque, vaticinou, "uma recaída pode ter efeitos mais graves do que teve até agora e pode descontrolar a resposta".
Nesse regresso à vida normal, ainda que de forma gradual, é imperativo o uso de máscaras comunitárias, tem defendido a Ordem dos Médicos. "É importante explicar que uma coisa são os equipamentos de proteção individual que os profissionais de saúde e outros devem utilizar", outra são as máscaras que a comunidade deve usar.
"As máscaras sociais dão uma proteção muito semelhante àquela que é dada pelas cirúrgicas e que têm um efeito muito positivo de agregador se todos usarem, destacou, explicando de forma prática: "Eu se estiver com máscara, estou a protegê-la a si, se estiver com máscara, está a proteger-me a mim. A percentagem de proteção sobe para além de 85% nestas circunstâncias", argumentou.
O responsável comentou ainda que com o prolongar do Estado de Emergência está a dar-se a oportunidade ao Governo de poder tomar as medidas adequadas, ou seja, de poder implementar e pensar nas medidas que se seguirão. E apontou ainda uma crítica relativamente à forma como se cuidou dos idosos no início da pandemia.
"Se verificarmos bem, neste momento a infeção tem tido uma repercussão grande no local onde os mais idosos se encontram todos juntos onde de, facto, nós não atuamos no tempo certo para que esta situação tivesse sido evitada. Tínhamos a experiência de Espanha e Itália, devíamos ter sido mais céleres nesta operação", apontou.
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