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Câmaras para entubação não substituem proteção individual

O bastonário da Ordem dos Médicos afirmou hoje que as câmaras de proteção dedicadas à entubação que começaram a ser entregues no Porto permitem "mais segurança" ao profissional de saúde, mas não substituem o restante equipamento de proteção.

Câmaras para entubação não substituem proteção individual
Notícias ao Minuto

13:43 - 27/04/20 por Lusa

País Covid-19

um equipamento essencial para os blocos operatórios e para as unidades de cuidados intensivos porque vai conferir uma proteção extra a todos os profissionais, desde logo aos anestesiologistas ou aos médicos intensivistas que vão entubar, mas também aos cirurgiões, enfermeiros e assistentes operacionais que contactam entre si, a utilização deste equipamento não deve reduzir a proteção individual", disse Miguel Guimarães.

O bastonário da Ordem dos Médicos falava aos jornalistas no Hospital de Santo António, no Porto, onde esta manhã foi entregar as primeiras câmaras de proteção profissional dedicadas ao ato de entubação de um conjunto de 500 que serão distribuídas pelos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, bem como por privados e estabelecimentos do setor social.

Esta doação, que surge em tempo de pandemia covid-19, resulta da conta criada pela Ordem dos Médicos e Ordem dos Farmacêuticos, com o apoio da Apifarma [Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica] e da sociedade civil, conta que está em nome do movimento "Todos Por Quem Cuida".

"O grande objetivo deste movimento é cuidar das pessoas que estão a cuidar de nós. A sociedade civil teve uma participação solidária e humanista com todos os portugueses que estão na linha da frente. Toda a gente se mobilizou e organizou. É necessário sempre aumentar os níveis de proteção das pessoas que cuidam de nós todos os dias", referiu Miguel Guimarães.

Dados revelados no dia 16 de abril pelo Governo, fazendo referência a dados reportados pelo Sistema Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), davam conta de que há pelo menos 2.131 profissionais de saúde infetados com o novo coronavírus, responsável pela covid-19.

Na habitual conferência de imprensa diária de atualização sobre a pandemia covid-19, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, revelou que entre os quais estão 396 são médicos, 566 enfermeiros e 1.169 assistentes operacionais, técnicos e outros profissionais de saúde.

"Este equipamento vai aumentar a proteção dos profissionais", disse esta manhã Miguel Guimarães antes de mostrar aos jornalistas as câmaras feitas de um material transparente que permite que o anestesiologista ou o médico intensivista tenha "acesso confortável" pela caixa ao entubar ou extubar um doente, fazendo-o "em segurança".

Estes equipamentos são dedicados a procedimentos em que existe um elevado risco de produção de aerossóis.

O objetivo é que as caixas - amovíveis e laváveis - funcionem como uma barreira física.

Miguel Guimarães também sublinhou esta manhã que as câmaras foram produzidas em Portugal, desenhadas e testadas por profissionais de saúde, e que a escolha de "comprar à indústria portuguesa" se deve à vontade de "estimular a indústria nacional".

Segundo o bastonário da Ordem dos Médicos a conta do "Todos Por Quem Cuida" conta já com cerca de 750 mil euros.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 204 mil mortos e infetou mais de 2,9 milhões de pessoas em 193 países e territórios.

Perto de 800 mil doentes foram considerados curados.

Em Portugal, morreram 928 pessoas das 24.027 confirmadas como infetadas, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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