Bastonária vê com "muita apreensão e preocupação" final do confinamento
A bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, disse hoje ver com "muita apreensão e preocupação" o levantamento das restrições e confinamento previstos para a próxima semana, sublinhando estar "com medo de dar o passo à frente".
© Global Imagens
País Covid-19
"Estamos muito preocupados porque o que fizemos foi de forma a não pressionar os nossos serviços de saúde, estávamos em condições de ter situações semelhantes à de Itália, Espanha e outros países", disse Ana Rita Cavaco Ana Rita Cavaco esta manhã aos jornalistas no Hospital de Santa Maria, em Lisboa.
Ana Rita Cavaco deslocou-se a este hospital da capital para acompanhar a primeira recolha de amostras aos enfermeiros e assistentes operacionais que estão em contacto direto com doentes covid-19, no âmbito do projeto de testes sorológicos da Fundação Champalimaud, em parceria com a Ordem dos Enfermeiros.
Embora reconheça que não é uma competência das Ordens profissionais, a bastonária da Ordem dos Enfermeiros, salientou ver com "muita apreensão e preocupação" o final do confinamento, mostrando-se, no entanto, com esperança que se possa voltar atrás na decisão caso seja necessário.
"O senhor primeiro-ministro disse que se fosse preciso daria um passo atrás, nós estamos com medo de dar o passo à frente", afirmou Ana Rita Cavaco.
A bastonária avançou ainda que a Ordem tem obrigação "ajudar e acautelar que as coisas não corram mal", pelo que está a preparar um documento "a ultimar que tudo tem de ser acautelado naquilo que será a retomada da atividade assistencial".
"Precisamos de fazer a retoma das atividades assistencial em cirurgias, consultas programadas e cirurgia de ambulatório", referiu.
De acordo com Ana Rita Cavaco o documento deverá estar pronto "quarta ou quinta-feira" sendo depois enviado ao Ministério da Saúde e também aos governos regionais da Madeira e dos Açores, salientando que o governo regional da Madeira "pediu expressamente que lhes fizéssemos chegar essas propostas".
Portugal contabiliza 928 mortos associados à covid-19 em 24.027 casos confirmados de infeção, segundo o boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado na segunda-feira.
Das pessoas infetadas, 995 estão hospitalizadas, das quais 176 em unidades de cuidados intensivos, e o número de casos recuperados passou 1.329 para 1.357.
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