Quercus alerta para proliferação "massiva" de plantas aquáticas no Tejo

A associação ambientalista Quercus denunciou hoje a presença anormal de uma quantidade massiva de plantas aquáticas invasoras numa extensão de vários quilómetros no troço internacional do rio Tejo e nos seus afluentes, rios Ponsul e Aravil.

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Lusa
28/04/2020 14:40 ‧ 28/04/2020 por Lusa

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  "Nos últimos anos, aumentou a regularidade e a intensidade destes fenómenos, contribuindo ainda mais para a degradação da qualidade de água do rio Tejo. Este tipo de fenómenos são indicadores de desequilíbrios nos ecossistemas e são uma consequência da poluição, levando assim à eutrofização dos rios e provocando uma acentuada degradação da qualidade das massas de água", explica, em comunicado, o núcleo regional de Castelo Branco da Quercus.

Os ambientalistas, após várias denúncias de cidadãos, detetaram em vários locais do Tejo Internacional, nomeadamente no troço internacional do rio Tejo e nos seus afluentes rio Ponsul e rio Aravil, "a presença anormal de uma quantidade massiva de Azola (Azolla filiculoides)", uma planta aquática invasora, numa extensão de largas dezenas de quilómetros.

Adiantam ainda que o aumento da concentração de nutrientes provenientes da poluição deve-se, em parte, aos teores elevados em fósforo, um dos parâmetros que foi responsável pelo estado ecológico inferior a "Bom", no troço do rio Ponsul, entre a Senhora da Graça (junto a Idanha-a-Nova) e a albufeira de Cedillo (Espanha), e que tem origem nos setores urbano, agrícola e pecuário.

"Este tipo de 'bloom' de algas está normalmente associado a um feto aquático, a Azola (Azolla filiculoides), uma espécie de planta aquática exótica invasora, que prolifera quando as massas de água se encontram estagnadas e poluídas por fosfatos e nitratos, formando tapetes densos de vegetação à superfície", lê-se na nota.

Os ambientalistas explicam que estes fenómenos provocam uma diminuição da entrada de luz nas massas de água e fazem baixar o nível de oxigénio dissolvido na água, degradando ainda mais a sua qualidade.

A Quercus alertou as autoridades competentes, nomeadamente a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e o Serviço Especial de Proteção da Natureza da GNR (SEPNA), que estão a investigar as origens deste fenómeno.

Deixam ainda um apelo às autoridades para que, além da investigação, reforcem os meios de fiscalização dos rios e promovam políticas de produção agrícola e pecuária ecológicas, de modo a que Portugal possa cumprir a diretiva quadro europeia da água, o principal instrumento da Política da União Europeia relativa à água.

 

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