Câmara de Lisboa defende teletrabalho mesmo depois da pandemia
O presidente da Câmara de Lisboa avançou hoje que a possibilidade de teletrabalho passará a estar sempre disponível para um conjunto de trabalhadores da autarquia quando se demonstra uma "vantagem clara para ambos".
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País Covid-19
"Acho que já são claros para todos os benefícios que este método pode trazer (...) Eu acho que isto é daquelas coisas boas que podem vir para ficar", disse Fernando Medina (PS) numa discussão por videoconferência, promovida pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE), sobre o impacto da pandemia de covid-19 na vida das cidades.
O presidente da câmara referiu que o teletrabalho pode ser feito de diferentes formas, como por exemplo, ser adotado uma vez por semana, e reforçou que, pela sua experiência, "em muitas circunstâncias, as videoconferências têm-se demonstrado tão ou mais produtivas do que reuniões presenciais", poupando tempo em deslocações e facilitando a marcação de reuniões "para juntar pessoas de origens diferentes".
Ainda assim, Fernando Medina ressalvou que é necessário "conseguir passar por um período de experiência de teletrabalho com as crianças na escola", admitindo que a experiência atual não é "tão perfeita quanto isso" e não funciona para todos os trabalhadores.
Na ótica do autarca, o regresso à normalidade, depois de encontrada uma vacina ou um tratamento para a covid-19, não deverá ser um regresso "à véspera da pandemia".
"Direi que talvez pior do que termos uma pandemia era sairmos da pandemia com uma pandemia com níveis de poluição ainda mais elevados e níveis de congestionamento mais elevados, riscos para a nossa saúde e uma perda da qualidade de vida ainda mais acentuada do que aquela que tínhamos antes", defendeu o presidente da autarquia.
A Câmara de Lisboa quer, por isso, "acelerar o esforço relativamente à oferta da habitação a custos acessíveis para os jovens e para as classes médias", de modo a que mais pessoas vivam na cidade, apostar no teletrabalho, continuar a investir no transporte público, bem como "priorizar toda a ação no aumento da rede ciclável", destacou Medina.
"A agenda verde é um grande ativo para nós sairmos melhor desta situação de pandemia", vincou.
Questionado sobre como espera que esteja Lisboa daqui a um ano, Fernando Medina recusou-se a fazer "futurologia" devido aos tempos "de grande incerteza", mas sublinhou que pretende "ter uma cidade que esteja preparada para criar mais valor", designadamente no âmbito do turismo e da habitação.
O chefe do executivo municipal notou também que o setor do turismo "é aquele que enfrenta níveis de incerteza mais elevado", escusando-se, para já, a fazer prognósticos.
De acordo com Medina, a situação é delicada para vários operadores lisboetas numa altura que as empresas estavam a investir "num mercado em expansão" e que enfrentam agora uma "situação abrupta nunca vivida".
Lisboa tem de se tornar uma "cidade mais sustentável" e "mais capaz de atrair segmentos de maior valor do ponto de vista do turismo" no futuro, salientou o presidente da câmara municipal.
Relativamente à realização da edição deste ano da cimeira tecnológica Web Summit, prevista decorrer entre os dias 02 e 05 de novembro no Parque das Nações, Fernando Medina disse que ainda não foi tomada uma decisão.
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