Em declarações à agência Lusa no final de uma audiência na Comissão da Saúde, Jorge Roque da Cunha saudou esta decisão, porque era uma matéria em que "o SIM não compreendia o silêncio do Governo, mas felizmente a situação foi ultrapassada".
"Quero saudar a volta ao nosso Serviço Nacional de Saúde do SAMS [serviços médicos dos bancários] como contributo, porque a atitude inqualificável de colocar os médicos em 'lay-off' foi revogada e vão começar a trabalhar hoje", disse o dirigente sindical.
A direção clínica do SAMS encerrou, no dia 20 de março, o hospital e as clínicas, devido à infeção pelo novo coronavírus de doentes e profissionais de saúde em unidades da sua rede, revelando que iam ser aplicadas "novas regras de regime simplificado de 'lay-off'".
"O que aconteceu foi que o SAMS aproveitando iniquamente o estado de emergência pôs os médicos todos em 'lay-off'. Havia indicação que o 'lay-off' iria continuar não só no hospital, mas também nos 18 centros clínicos", disse Jorge Roque da Cunha.
O dirigente sindical lembrou que tudo isto decorreu "num período de pandemia em que toda a sinergia de prestação de cuidados de saúde e alívio da pressão sobre o SNS era crucial".
Estas circunstâncias levaram a "um pedido inédito" do SIM ao Governo para que procedesse à requisição civil de todos os serviços e estabelecimentos de saúde particulares geridos pelos SAMS do SBSI, e bem assim dos seus trabalhadores de saúde e outros, nomeadamente os prestadores de serviços habituais
"Lamentavelmente o Governo tentou passar ao lado do problema", mas na terça-feira, salientou, "tivemos a grande e a grata informação que afinal isso não vai acontecer e o SAMS vai voltar progressivamente a acompanhar os seus 80 mil utentes".
Portugal contabiliza 1.089 mortos associados à covid-19 em 26.182 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia divulgado hoje.
Relativamente ao dia anterior, há mais 15 mortos (+1,4%), mais 480 casos de infeção (+1,9%) e 2.076 pessoas recuperadas.
Portugal entrou domingo em situação de calamidade, depois de três períodos consecutivos em estado de emergência desde 19 de março.
Esta nova fase de combate à covid-19 prevê o confinamento obrigatório para pessoas doentes e em vigilância ativa, o dever geral de recolhimento domiciliário e o uso obrigatório de máscaras ou viseiras em transportes públicos, serviços de atendimento ao público, escolas e estabelecimentos comerciais.