Na conferência desta quarta-feira de atualização dos dados da incidência da pandemia da Covid-19 no nosso país, o secretário de Estado da Saúde começou por referir que a taxa de letalidade global se situa nos 4,1%, sendo que a "taxa de letalidade acima dos 70 anos é de 15,1%".
84,1% dos casos encontram-se em tratamento domiciliário - "a percentagem de internamento é de 3,3%, sendo que 0,5% em Unidades de Cuidados Intensivos e 2,8% em enfermaria", acrescentou António Lacerda Sales.
Desde dia 1 de março, "foram realizados mais de 490 mil testes de diagnóstico à Covid-19" em Portugal e, neste momento, "há 73 laboratórios a processar amostras: 32 no Serviço Nacional de Saúde, 19 de grupos privados e ainda 22 outros laboratórios que incluem a Academia, o Exército e o INEAV".
Lacerda Sales revelou também que o "stock disponível de testes é de mais de um milhão", tendo sido já distribuídos pelos laboratórios do SNS e das regiões autónomas "mais de 340 mil testes". Destes, 45% foram para a região Norte, a mais fustigada pela pandemia, 33% na região de Lisboa e Vale do Tejo, 8% na zona Centro, 4,4% no Algarve, 1,5% no Alentejo e o restante nos Açores e Madeira, explicitou. Quanto a kits de extração, a reserva é de cerca de 915 mil.
Há casos de Covid-19 em 351 lares
O secretário de Estado fez ainda notar que "do universo de 2526 estruturas residenciais para idosos" em Portugal, "cerca de 14% têm casos de infeção pelo novo coronavírus, ou seja 351 lares". Já "foram transferidos quase 3.200 doentes de hospitais do SNS para Unidades de Rede de Unidades de Cuidados Continuados Integrados, desde o dia 9 de março".
"Prosseguimos firmes no nosso caminho, adaptando as medidas à melhor evidência disponível em casa momento e protegendo sempre quem mais necessita", disse, frisando que "este é um trabalho coletivo e contínuo e que não pode abrandar ao sabor das estações do ano e dos dias com mais ou com menos sol".
Testes retrospetivos?
Relativamente à questão de se poderem fazer "testes retrospetivos", tendo em conta que há informações que apontam para que França tivesse um caso do novo coronavírus em dezembro, antes de haver registo oficial - tendo sido registados como pneumonias -, Graça Freitas disse tratar-se de uma "questão muito complexa mas que está, obviamente, a ser ponderada".
Já sobre pessoas que recuperaram clinicamente da Covid-19 mas que continuam a apresentar testes positivos, "pode ter apenas um significado de existência de pequenos fragmentos, partículas do vírus, não significando nem que as pessoas têm a doença nem que estão infecciosas".
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"Relativamente à realização de testes por grupos específicos, o que posso dizer é que analisamos essas questões conforme o tipo de situação. Como sabem há uma política para testar trabalhadores de lares, mesmo que nesses lares não existam casos, há para os estabelecimentos prisionais e para as creches. Estão a ser analisadas outras situações que requeiram o mesmo tipo de atenção", clarificou também a diretora-Geral da Saúde.
Aumento de casos em Lisboa e Vale do Tejo
Questionada sobre um aumento do número de casos que se tem vindo a registar nos últimos dias na região de Lisboa e Vale do Tejo, Graça Freitas respondeu que "as explicações para este facto estão a procurar-se e estamos a estudar todos os dados que temos, quer a nível nacional quer com as autoridades de saúde da região para tentar perceber se isto corresponde a fenómenos isolados, se tem uma explicação concreta".
A diretora apontou ainda que em Lisboa se têm feito "rastreios maciços" e que "pode haver haver aqui o efeito do rastreio, porque podem ter sido identificados casos a partir daí". O 'R' de Lisboa é, neste momento, "ligeiramente superior ao do resto do país".
Veja aqui a conferência:
[Notícia atualizada às 13h49]