Está prevista para o dia 1 de junho a reabertura dos estabelecimentos de educação pré-escolar. Na habitual conferência de imprensa da DGS, a diretora-geral da Saúde explicou o motivo pelo qual não foram realizados testes aos profissionais de saúde que aí trabalham.
De acordo com Graça Freitas, "a política de testes de forma preventiva tem sido realizada em função daquilo que se considera que é o risco ou da própria população que é rastreada ou da população com quem se vai lidar do ponto de vista profissional".
Portanto, continuou, "foi nesse sentido que se privilegiaram as creches, porque são meninos muito pequeninos que não podem cumprir, pela sua idade, regras nenhumas, e têm direito a brincar”.
A responsável fez ainda questão de vincar que "os resultados, conforme a região do país desse rastreio aos educadores foram diferentes. Houve sítios onde se encontraram mais pessoas positivas e houve sítios onde se encontraram muito menos. O que é também lógico porque, se olharmos para o mapa, a infeção não é igual em todo o país”.
Já relativamente à reabertura de campos de férias e dos ATL, avançada hoje pela imprensa nacional, a diretora-geral da Saúde referiu que "ainda hoje sairá um conjunto de recomendações", elaborado em conjunto pelo Instituto Português do Desporto e Juventude e pela DGS. Este prevê algumas das recomendações que foram feitas às escolas e outras às creches.
Testagem em bairros sociais
Questionado relativamente à pertinência da realização de testes em bairros sociais, Lacerda Sales defendeu não parecer haver "razões para se fazerem testes em bairros sociais, a não ser no âmbito de um surto e de uma investigação epidemiológica".
Nesse caso, sim, há "a necessidade de fazer testes de acordo com o que é a estratificação do risco e a respetiva investigação epidemiológica. Não me parece que seja por estar num bairro social por si só que se deva testar, mas sim em função da investigação. Este vírus é um vírus democrático, isto é, atinge toda a gente, pode atingir qualquer um de nós, independentemente da condição social”.
Situação de Lisboa e Vale do Tejo é "multivariada"
Sobre a situação de Lisboa e Vale do Tejo, Graça Freitas classificou como "multivariada", já que "há pequenos surtos em bairros, fábricas e casos esporádicos disseminados.
No que ao surto da Azambuja diz respeito, recordou a responsável que "houve concentração em meio laboral", enquanto que no Seixal há "boas notícias. Onde havia 16 casos, quatro foram dados com curados e não apareceram novos casos". Há apenas "situações familiares de pequenos focos ligados à coabitação".
O surto no lar de Santarém "foi rapidamente resolvido", havendo a registar 18 utentes e seis profissionais infetados. Graça Freitas deixou, neste contexto, uma palavra de apreço ao trabalho que tem sido realizado pelas autoridades de saúde e pelas autarquias.
No que à situação do país concerne, "a tendência [do surgimento de novos] é para decrescer". "A situação portuguesa neste momento aponta para que a incidência de novos casos esteja a reduzir. O R - indicador do número de novos infeções - tem-se mantido estável e com tendência para diminuir. A situação é favorável, mas isso não pode fazer com que se descurem as medidas de precaução".
“Não fazemos balanços a meio da pandemia"
Convidado a fazer um balanço sobre a primeira fase de desconfinamento, o secretário de Estado da Saúde foi perentório: “Não fazemos balanços a meio da pandemia. Os balanços devem ser feitos no final. Estamos em fase de dar respostas".
O governante valorizou ainda a atitude e civismo do povo português, que "nos faz encher de confiança para a última fase de desconfinamento. De uma forma geral, têm sido respeitadas todas as diretrizes, todas as orientações, todos os pareceres técnicos. A palavra é de confiança. Mas obviamente desconfinar não é desresponsabilizar".
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