Depois de serem conhecidos os mais recentes dados relativos à incidência do novo coronavírus em Portugal - mais 11 mortos, 366 novos casos (o maior aumento de infetados desde o dia 8 de maio) e 210 recuperados -, começou a conferência diária de atualização de informação. Esta conta, hoje, com o Secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, e com a Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.
Após reiterar os dados apresentados no boletim epidemiológico, Lacerda Sales referiu que a taxa de letalidade global é, neste momento, de 4,4%. Já a taxa acima dos 70 anos é de 17,2%. 34% dos casos estão a recuperar no domicílio, com 1,3% estão internados - com 0,2% em Cuidados Intensivos.
Desde 1 de março, prosseguiu o governante, "foram realizados mais de 860 mil testes de diagnóstico Covid-19 em Portugal". No mês de abril, "foi feita uma média de cerca de 11 mil e 500 testes por dia", sendo que, em maio, "a média foi de 13.550 testes". "Na última semana, a média ronda os 13.500 testes/dia".
O Secretário de Estado da Saúde revelou também que o Norte foi a região do país onde foram realizados mais testes (40%), seguido de Lisboa e Vale do Tejo (LVT), com 25% dos testes. No Centro foram realizados 14%.
Sobre o "plano de testagem em empresas da Grande Lisboa", foram colhidas "amostras em algumas dessas empresas, outras estão a acontecer no dia de hoje e as restantes com agendamento nos próximos dias". Até ao momento, foram "feitas mais de 3.800 colheitas" e, "de um universo de 18.100 trabalhadores, cerca de 6 mil farão testes hoje".
António Lacerda Sales deu ainda conta de que "chegam hoje a Portugal 108 ventiladores, prevendo-se que, até sábado, cheguem mais 335 destes equipamentos em voos sequenciais". Estes ventiladores que "se encontravam na embaixada da República Portuguesa em Pequim, juntam-se assim aos 264 que já estão em território nacional, num total de 707 equipamentos".
"Não só não temos ventiladores perdidos, como também não perdemos o rumo da nossa estratégia de combate a esta pandemia", terminou.
Questionado sobre a testagem de trabalhadores, o secretário de Estado disse ser "evidente que estamos a incidir a nossa ação em LVT", acrescentando que ontem o INSA "processou 909 amostras, das quais 850 eram negativas e 59 positivas".
Quanto a testes serológicos, "daqui a três semanas terminaremos o trabalho de campo e de recolhas de amostras, depois os resultados terão de ser analisados e avaliados. Prevê-se que depois destas três semanas, num período até 45 dias, possam ser produzidos os resultados preliminares".
Nas prisões, foram já feitos "2.657 testes em funcionários e guardas prisionais", com a região Norte a ter sido "já toda testada". Em LVT, já começaram também estes testes e no Centro "vamos também iniciar agora os nossos testes".
Casos em Sintra? "Direção-Geral reporta os dados que lhes chegam"
Sobre o facto de o relatório de ontem dar dados acumulados em relação aos últimos quatro dias em Sintra, Graça Freitas disse que "a Direção-Geral reporta os dados que lhes chegam e que são notificados, quer a nível dos laboratórios, quer a nível das notificações médicas".
"Para conseguirmos alocar determinados resultados a um determinado concelho temos de ter informação sobre a morada daquela pessoa ou onde ela está registada", especificou, acrescentando que o que aconteceu com Sintra foi que durante quatro dias "não tivemos acesso a esses dados e sabíamos que não tínhamos porque não estavam a ser notificados no nosso sistema".
"O que aconteceu é que recuperamos os quatro dias para Sintra e depois fizemos o total que registamos no boletim de ontem", sendo que, em média, se verificaram 40 novos casos em cada dia.
Já na zona Oeste "as autoridades de saúde estão a detetar pequenos focos" e segue-se a política de que "com o aparecimento de casos" se "testa para encontrar positivos e retirar esses positivos do circuito".
Lacerda Sales tomou a palavra novamente para esclarecer que Portugal tem "mais de 860 mil testes acumulados" e estamos a testar mais de 83 mil habitantes/milhão: "Significa que somos o sétimo país da Europa". "É evidente que quem mais testa mais encontra e, portanto, este esforço que estamos a fazer em LVT tem a ver com o esforço por testar cada vez mais, nomeadamente nestes focos, numa estratégia global de circunscrever estes focos".
"Colaboramos na definição das regras"
Perguntado sobre a falta de condições das salas sem condições para que a Justiça retome, Lacerda Sales garantiu "que tem havido uma cooperação muito boa intersectorial, a nível dos ministérios". "Da nossa parte, se não existem essas condições, tudo aquilo que depender de nós faremos para que existam e chegaremos, com certeza, a uma boa situação".
Relativamente aos transportes, Graça Freitas aclarou que "colaboramos na definição das regras mas compete a outros setores colaborarem quer na oferta quer na regulação da procura" para que sejam mantidas as condições de segurança.
Espetáculos vs. Futebol
"Temos de olhar para o fenómeno dos espetáculos e do futebol à luz da fase da epidemia em que foram tomadas determinadas decisões", sendo que quando se decidiu retomar as provas de futebol, "achou-se prudente tomar determinadas regras", explicou a Diretora-Geral da Saúde.
Por precaução "e veremos como arranca o campeonato", mantém-se "que os jogos de futebol não tenham público". Graça Freitas assumiu que esta situação "possa ser revista, sobretudo à luz da evolução da epidemia nos próximos dias e nas próximas semanas".
Veja aqui a conferência na íntegra:
Consulte os mapas da evolução da pandemia do novo coronavírus em Portugal e no resto do mundo.
[Última atualização às 14h33]