Na conferência de imprensa diária de atualização da informação sobre a pandemia de covid-19, Graça Freitas afirmou que foram identificados em Lisboa e Vale do Tejo (LVT) 336 dos 377 novos casos, correspondendo a 89% do total.
"A situação em LVT tem sido acompanhada com muita atenção, porque de facto as outras regiões apresentaram uma tendência decrescente, até acentuada, e Lisboa uma tendência estável, mas com números de incidência relativamente elevados em relação ao restante país. Por isso é que em Lisboa temos focado a nossa atenção", disse Graça Freitas.
Segundo a diretora-geral da Saúde, tem sido dada "uma atenção enorme" ao serem testados "milhares de pessoas".
Graça Freita sublinhou que esta testagem "tem o grande objetivo de identificar os casos positivos que não estejam sintomáticos" e retirá-los do convívio habitual para os isolar, evitando que "as cadeias de transmissão se continuem a verificar".
Além da testagem, Graça Freitas destacou também a "grande intervenção" das autoridades de saúde, autarquias, segurança social e forças policiais que têm "assegurado e garantido" que as pessoas cumpram o isolamento.
A mesma responsável frisou ainda que se trata de um "esforço comunitário muito importante para conseguir que a situação em Lisboa estabilize, comece a descer e acompanhe a do resto do país".
Na intervenção inicial da conferência de imprensa, o secretário de Estado da Saúde revelou que já foram feitas cerca de 13.500 colheitas para diagnóstico da covid-19 pelo INEM em empresas da Grande Lisboa e na Azambuja.
António Lacerda Sales avançou que na quinta-feira foram realizadas 5.000 colheitas. A estratégia continua a ser "identificar, testar e isolar estes focos", acrescentou.
O secretário de Estado foi questionado sobre o aumento do número de internados com covid-19 nos hospitais Beatriz Ângelo, em Loures, e Amadora-Sintra e com o facto de doentes estarem a ser transferidos destas unidades de saúde para outros hospitais devido à falta de camas nos cuidados intensivos.
"Temos uma rede de capacidade ventilação nos hospitais com suficiente expansibilidade para fazer face às necessidades que vierem a surgir", respondeu, sublinhando que preocupação "é agora centrada na região de LVT".
António Lacerda Sales deu ainda conta que a taxa de ocupação de camas nos hospitais portugueses é atualmente de 62%, dos quais entre 16 a 20 % é por covid-19.
Lisboa e Vale do Tejo 'lidera' novos casos, que se distribuem por seis regiões
No boletim diário, a DGS revela hoje a identificação de 377 novos casos na contagem geral, mas um deles não está inserido nos novos casos por região, estando distribuídos regionalmente um total de 376, dos quais 335 casos a Lisboa e Vale do Tejo (LVT), 19 ao Centro, 15 ao Norte, quatro ao Algarve, um ao Alentejo e dois aos Açores.
A região de LVT, onde nos últimos dias se tem concentrado a realização de testes para detetar a doença, tem hoje 89% dos novos casos, após 93,3% dos novos casos reportados na quinta-feira, 91,5% dos novos casos revelados na quarta-feira e 81,02% dos novos casos reportados na terça-feira.
De acordo com o boletim hoje divulgado, no último dia foram registados 10 óbitos, para um total de 1.465 desde o início da contagem em Portugal, dois dos quais na região Norte, quatro no Centro e outros quatro na região de Lisboa.
Relativamente aos dados divulgados na quarta-feira, LVT regista 335 novos casos, para um total de 12.473, o Norte, com 15 novos casos, representa 3,9% dos novos infetados, para um total de 16.834, o Centro, com 19, representa 5%, para 3.789, o Algarve representa 1%, com quatro novos casos, para 380, e o Alentejo, com um novo infetado, a percentagem residual de 0,26%, para 263.
Não foram verificados novos casos na Madeira e aos Açores a DGS atribui hoje dois casos (0,5%).
No entanto, a Autoridade de Saúde Regional dos Açores informou que esta Região Autónoma está desde hoje sem casos ativos de infeção por covid-19, com a recuperação, nas últimas 24 horas, da única doente que ainda estava infetada.
Em comunicado, a mesma entidade revela que foram realizadas 343 análises na região nas últimas 24 horas, nenhuma revelando novos casos positivos de covid-19.
Lisboa permanece como o concelho do país onde se verificam mais infetados, com 2.555 (mais 19 do que na véspera).
Sintra, também na Área Metropolitana de Lisboa (AML), é o terceiro concelho com mais infetados e apresenta hoje um total de 1.521 casos, mais 121 do que nos dois dias anteriores, já que mantinha 1.400 casos sem atualização desde quarta-feira.
Ainda na AML, Loures está com 1.172 (+25) casos, a Amadora com 992 (+36), Odivelas 642 (+15), Cascais 625 (+16), Oeiras 478 (+13), Vila Franca de Xira 473 (+12), Almada 433 (+9) e o Seixal 432 (+16).
No Norte, os concelhos com mais casos acumulados são os de Vila Nova de Gaia (1.580, sem novos casos desde quarta-feira), do Porto (1.401, sem novos casos desde quinta-feira), de Matosinhos (1.285, também sem novos casos), de Braga (1.233, +3) e de Gondomar (1.088, +1).
Portugal regista hoje 1.465 mortes relacionadas com a covid-19, mais 10 do que na quinta-feira, e 33.969 infetados, mais 377, segundo o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde.
Em comparação com os dados de quinta-feira, em que se registavam 1.455 mortos, hoje constatou-se um aumento de óbitos de 0,7%. Já os casos e infeção subiram 1,1%.
Na Região de Lisboa e Vale do Tejo (12.473), onde se tem registado maior número de surtos, há mais 336 casos de infeção (+2,8%).
A DGS realça que os números apresentados referem-se ao total de notificações médicas no sistema SINAVE (excluindo notificações laboratoriais), pelo que "pode não corresponder à totalidade dos casos por concelho".