Após mais de milhares de pessoas terem participado ontem em manifestações de Norte a Sul do país contra a violência policial e racismo, Marcelo Rebelo de Sousa destacou, este domingo, que nestas situações "as autoridades de Saúde têm um papel fundamental".
Questionado pelos jornalistas sobre qual era a sua opinião quanto a este tipo de ajuntamentos, o Presidente da República remeteu a questão para as entidades competentes.
"Tenho confiado muito nas autoridades sanitárias. E, portanto, espero que as autoridades sanitárias vão definindo as regras para aquilo que em cada momento é a forma de exercício do direito de reunião e do direito de manifestação. (...) As autoridades de saúde é que sabem", apontou à margem de uma visita, esta tarde, à ilha de São Miguel, nos Açores.
Por outro lado, o Chefe de Estado não deixou de apontar que se deve procurar sempre "fazer um equilíbrio entre a preocupação com a saúde" e o regresso "por pequenos passos, da abertura económica e social".
"O vírus e a pandemia não desapareceram (...) Tem de haver um equilíbrio, nem facilitar nem alarmar", reiterou.
O Presidente da República viajou hoje até São Miguel, nos Açores, onde se encontra a visitar o concelho do Nordeste, que registou mais casos e mais mortes por Covid-19 no arquipélago.
A visita de Marcelo foi conhecida na sexta-feira, no dia em que os Açores ficaram livres de casos ativos de Covid-19, após a recuperação do último infetado.
No total, foram detetados na região 146 casos de infeção pelo novo coronavírus SARS-CoV-2, que causa a doença Covid-19, verificando-se 130 recuperados e 16 óbitos. Dos 146 casos, 108 foram registados na ilha de São Miguel, 11 na Terceira, cinco na Graciosa, sete em São Jorge, 10 no Pico e cinco no Faial. As ilhas das Flores, Corvo e Santa Maria mantiveram-se livres do novo coronavírus.
Todos os seis concelhos da ilha de São Miguel, a mais afetada pela pandemia, estiveram com cercas sanitárias de 2 a 30 de abril, para evitar a transmissão comunitária.