"Não tivemos ainda nenhuma abordagem formal quanto a esse tema, nem pela Administração Regional de Saúde do Centro, nem pelo conselho de administração do Centro Hospitalar Universitário de Coimbra", respondeu hoje Marta Temido, na conferência de imprensa diária sobre a situação epidemiológica da covid-19 em Portugal.
Questionada sobre a reestruturação do Serviço de Urgência para o nível básico a partir de julho, e a possibilidade de mais tarde vir a encerrar, Marta Temido disse ter tido conhecimento do assunto "pela leitura das notícias" e prometeu que qualquer decisão tem de ser técnica.
"As alterações às redes de referenciação hospitalar, sejam elas de urgência, sejam elas de qualquer outra valência, são processos complexos e que envolvem decisões técnicas", acentuou a ministra da tutela.
Marta Temido realçou que as "carteiras de serviços das instituições" não são definidas "apenas pelas próprias instituições".
Quanto à reestruturação do Serviço de Urgência para uma situação mais próxima da anterior à pandemia, a governante sublinhou ser "desejável".
"As enfermarias afetas à atividade Covid-19 serem utilizadas para atividade não Covid, isso é desejável. Tomáramos nós podermos fazer isso em todas todos os hospitais do país", acrescentou a ministra.
Segundo Marta Temido, essa alteração resulta da "evolução da situação epidemiológica" na região e considera o contributo do CHUC e da unidade a funcionar no Hospital dos Covões um "apoio absolutamente decisivo para os resultados" alcançados.
"Neste momento o regresso à normalidade da atividade deste local é desejável, mas precisaremos continuar a contar com esta disponibilidade para um eventual recrudescimento da doença", vincou a ministra com a tutela da Saúde.
O presidente do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), Fernando Regateiro, realçou a 24 de maio a importância do Hospital dos Covões para acolher "funções assistenciais relevantes" e negou o esvaziamento de competências.
"Não há qualquer intenção do conselho de administração deixar de o utilizar para nele localizar funções assistenciais relevantes, à luz da resposta global que o CHUC tem o dever de organizar para a procura atualmente registada e que preveja para o futuro", afirmou Fernando Regateiro, numa nota enviada à agência Lusa.