"Não há sinais de que desconfinamento tenha agravado o surto"

Depois da reunião da manhã desta segunda-feira, especialistas, políticos e e parceiros sociais voltam a reunir-se no próximo dia 24 de junho.

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Filipa Matias Pereira
08/06/2020 13:41 ‧ 08/06/2020 por Filipa Matias Pereira

País

Covid-19

"A primeira conclusão provisória é que não há sinais de que as duas primeiras fases de desconfinamento tenham provocado um agravamento da expressão do surto epidémico", revelou Marcelo Rebelo de Sousa no final da reunião desta manhã no Infarmed, que pretendeu analisar a situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal. 

Nesta que foi a oitava reunião deste tipo desde o início do surto epidémico, em março, indicou o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, que "é positiva a tendência de diminuição do número internados e de internados em cuidados intensivos". É igualmente "positiva a diminuição de [número] de óbitos". 

"As projeções apresentadas quanto à pressão do Serviço Nacional de Saúde (SNS)", continuou, "são positivas". Quanto à evolução do R - indicador de transmissão do vírus - "verifica-se que anda à volta de 1. Há países [com valores] bem acima do valor português". 

O caso de Lisboa e Vale do Tejo

"Há pontos que parecem ser relativamente pacíficos", assegurou o chefe de Estado, explicando que a região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) "teve sempre uma tendência relativamente estável de casos. Nunca subiu muito, ao contrário do Norte e do Centro", mas também não desceu como aconteceu noutras regiões do país. 

Concluíram os especialistas que, como indicou Marcelo, a primeira "hipótese possível é de ter havido um atraso na expressão mais intensa do surto relativamente às outras regiões". Ou seja, poderá estar em causa "uma subida retardada do surto em relação a outras regiões". 

Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou, por outro lado, que "há uma perceção quer dizer, uma compreensão pela opinião pública, de um agravamento na região de Lisboa e Vale do Tejo que é superior ao agravamento efetivo".

"Há aqui uma perceção que até é injusta para outras regiões, porque, quando temos a lista dos municípios com maior incidência de surto, nos primeiros dez não está nenhum município da região de Lisboa e Vale do Tejo", assinalou, observando: "Já esquecemos o que houve no Norte e no Centro de forma muito, muito acentuada, em fases anteriores".

Outro dos pontos que está "a ser explorado" prende-se com o facto de estes números de LVT terem um "peso de duas áreas" de atividade, nomeadamente da construção civil e do trabalho temporário. "Se for, isso, e se houver preocupação de empresas de testarem, talvez isso explique o que aconteceu nas últimas semanas". 

“Por isso, não se pode dizer que haja aqui um efeito do desconfinamento. Porque estas duas áreas nunca pararam”, constatou. “Estas são as pistas de reflexão que vão ser aprofundadas nas próximas dias e semanas” e que serão analisadas na próxima reunião com os especialistas, a 24 de junho.

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