"Nomeei ontem [terça-feira] o gabinete regional de intervenção para a supressão da covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo, gabinete que é coordenado pelo doutor Rui Portugal, médico de saúde pública da equipa de saúde desta região, e que integrará todas as autoridades regionais e locais de saúde", disse Marta Temido na habitual conferência de imprensa de balanço da covid-19 em Portugal.
Assumindo que Lisboa e Vale do Tejo continua a merecer "o foco" do Governo por representar, de modo persistente, mais de dois terços do número diário de novos casos notificados em Portugal, a ministra explicou que o gabinete tem por objetivo identificar precocemente os novos casos e cadeias de transmissão para acompanhar os surtos ativos e para, em cada momento, garantir a melhor informação para tomada de decisão.
Nos últimos 15 dias, a incidência por 100 mil habitantes mais elevada do país tem-se concentrado nos concelhos de Loures, Amadora, Odivelas, Sintra e Lisboa, reforçou.
Estes cinco concelhos da Área Metropolitana de Lisboa são os que merecem "maior preocupação", disse a responsável da pasta da Saúde, revelando que 90% dos novos casos que se verificaram na terça-feira concentram-se nestes.
Contudo, Marta Temido garantiu que, em alguns destes concelhos, o surto começa a estar "mais controlado", adiantando que Lisboa é o que revela menor incidência por 100 mil habitantes com 37,85%.
"E aquele concelho onde a situação inspira maior cuidado é a Amadora porque ainda está com uma incidência de 99,6% por 100 mil habitantes para o último dia para o qual dispomos de números", afirmou.
Os outros três concelhos tem uma taxa de 60%, sublinhou.
Assumindo que a intervenção do gabinete assenta na supressão da infeção e controlo do foco da doença, Marta Temido revelou existirem casos de transmissão comunitárias, mas também 13 surtos associados a freguesias destes cinco concelhos, designadamente Arroios, Queluz Belas, Águas Livres, Agualva, Mira Sintra, Santo António, Encosta do Sol, Mina de Água ou Rio de Mouro.
Portugal contabiliza pelo menos 1.497 mortos associados à covid-19 em 35.600 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.