O presidente da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras, reiterou o aviso já hoje feito num artigo no jornal I, esperando que, até ao final desta semana, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) "se entenda com o Governo e que coloque a nova oferta, o novo reforço [nos transportes]".
Caso não o faça, deixou claro, "a partir da próxima semana estaremos em condições de, nas fronteiras do concelho" proibir algumas carreiras intermunicipais sobrelotadas, sobretudo na hora de ponta da manhã, explicou. Será uma espécie de cerca a autocarros vindos de Sintra e Oeiras. A autarquia passaria a garantir transportes a estes passageiros, medindo-lhes previamente a temperatura.
"Não é preciso muito para podermos conter, especialmente nas horas de ponta de manhã, para permitir que os cidadãos que possam viajar por necessidade - porque vêm para trabalhar - possam estar a cumprir com a salvaguarda da própria saúde e da dos outros", frisou o social-democrata.
Questionado sobre se a oferta de 90% dos transportes não é suficiente, o autarca disse que constatar isso é da responsabilidade dos autarcas da AML definir. "Nós, logo que foi feito o desconfinamento, repusemos a 100% as carreiras municipais, e aquelas que têm excesso, ainda aumentamos mais do que os 100%".
"Sabemos que 90% não é suficiente", concluiu, no entanto, lembrando que a capacidade de lotação dos autocarros diminuiu para cumprir as regras sanitárias. "O que estamos a fazer é muito menos de 90%, isso não é manifestamente suficiente, sabendo que as carreiras, em condições normais, já andavam , por norma, sobrelotadas".
Recorde-se que o país está, a partir de esta quarta-feira, em três situações distintas, estando a generalidade do território continental em estado de alerta, a Área Metropolitana de Lisboa (AML) em estado de contingência, continunando 19 freguesias da Grande Lisboa em situação de calamidade.