Portugal continental está fora do 'corredor turístico' do Reino Unido. Portugueses que viagem a partir do continente não estão dispensados de fazer quarentena à chegada ao país.
Portugal, onde foram identificados vários surtos localizados de covid-19 nas últimas semanas, não está na lista de 59 países e territórios hoje publicada, que inclui Espanha, Alemanha, Grécia, Itália, Macau ou Jamaica.
"Esta lista poderá ser aumentada nos próximos dias, após discussões adicionais entre o Reino Unido e parceiros internacionais", refere o Ministério dos Transportes britânico.
Descreve o Ministério que, "a partir de 10 julho de 2020", os passageiros que chegarem ao Reino Unido a partir dos países que integram o 'corredor turístico' "não precisarão de se auto-isolar", a não ser que tenham "visitado ou parado em qualquer outro país ou território nos 14 dias anteriores".
Mesmo assim, todas as pessoas que chegam têm de preencher um formulário com os contactos pessoais e informações sobre o local onde vão ficar alojadas.
As informações relativas às viagens para a Escócia, o País de Gales e a Irlanda do Norte serão publicadas oportunamente pelo governo britânico.
Madeira e Açores
O Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico deixou de desaconselhar as viagens para a Madeira e Açores, juntamente com uma série de outros países.
"Estes países foram avaliados como não apresentando mais um risco inaceitavelmente alto para os britânicos que viajam para o estrangeiro", refere o comunicado do Ministério, aludindo que os critérios incluem considerações sobre a saúde pública.
A partir de 4 de julho, o conselho do Ministério contra todas as viagens internacionais não essenciais deixa de se aplicar à Madeira e Açores tendo em conta a avaliação atual dos riscos de infeção com o coronavírus.
A lista de países foi elaborada após uma "avaliação de risco" pelo Centro de Biosegurança Comum [Joint Biosecurity Center], em conjunto com a direção geral de saúde de Inglaterra [Pubic Health England] e teve em conta fatores como a prevalência de coronavírus, o número de novos casos e a trajetória potencial da doença.
O anúncio feito hoje aplica-se apenas a Inglaterra porque a Escócia, País de Gales e Irlanda do Norte têm autonomia sobre matéria de saúde e cabe aos respetivos governos determinar as medidas que pretendem introduzir.
Os primeiros-ministros da Escócia, Nicola Sturgeon, e do País de Gales, Mark Drakeford, qualificaram hoje como "caótica" a forma como o processo foi gerido, mas o ministro dos Transportes britânico, Grant Shapps, manifestou esperança no alargamento do sistema ao resto do Reino Unido nos próximos dias.
O levantamento da medida tem sido motivo de especulação e pressão dos setores do turismo e transportes, fortemente afetados pelas restrições de viagem durante a pandemia covid-19, o que levou as companhias aéreas a reduzirem drasticamente os serviços desde meados de março.
O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado 19,2% das dormidas de estrangeiros em 2019 e vindo a registar sucessivos crescimentos desde 2013, apenas interrompidos em 2018, de acordo com dados do INE.
Os destinos preferenciais dos hóspedes britânicos foram o Algarve (63,4% das dormidas do mercado), a Madeira (18,5%) e a Área Metropolitana de Lisboa (10,8%).
[Notícia atualizada às 17h04]