Demissões no agrupamento dos centros de saúde do Alentejo Central
Em causa o desacordo relativo à mobilização de médicos para o Lar de Reguengos de Monsaraz que está a braços com um surto de Covid-19.
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País Pandemia
A presidente executiva e o presidente do conselho clínico dos agrupamentos dos centros de saúde do Alentejo Central demitiram-se, noticia a RTP, sem mencionar as razões que motivaram as saídas dos responsáveis.
Os dois responsáveis, Maria Laurência Gemito e António Matos, demitiram-se por não concordarem com a mobilização de médicos para o lar de Reguengos de Monsaraz, onde se localiza um surto de Covid-19 que já causou 12 mortes.
Uma decisão da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo também criticada pelos clínicos e considerada ilegal pelos sindicatos médicos. Os profissionais "do Agrupamento de Saúde (ACES) do Alentejo Central, do Hospital do Espírito Santo de Évora (HESE) e da Unidade Local de Saúde do Norte Alentejano (ULSNA)" foram obrigados a prestar "cuidados a tempo inteiro" aos utentes do lar, onde foi detetado um surto da doença em 18 de junho.
"Uma atitude autocrática que carece de sustentação legal, uma vez que a deslocação para outro concelho diferente do local habitual de trabalho apenas poderá ocorrer se existir concordância expressa do médico", alertou ontem o Sindicado dos Médicos da Zona Sul (SMZS), em comunicado enviado à agência Lusa.
Não estando atualmente em vigor "qualquer Decreto-Lei de estado de emergência", o SMZS considera "abusiva" a mobilização forçada dos médicos sob a tutela da ARS Alentejo e promete encetar "todas as ações no plano sindical e jurídico que forem necessárias".
Saliente-se ainda que, na passada terça-feira (30 de junho), a ARS Alentejo confirmou à Lusa que suspendeu as férias a todos os médicos, enfermeiros e outros prestadores de cuidados primários do distrito de Évora, até 10 de julho, na sequência do surto em Reguengos de Monsaraz.
Casos continuam a aumentar
De acordo com o boletim da autarquia de Reguengos publicado esta segunda-feira, o número de infetados pelo novo coronavírus subiu para 166 (mais três face aos dados de ontem), não se registando, de ontem para hoje, vítimas mortais.
Em declarações à RTP3, o autarca de Reguengos de Monsaraz adiantou que está a ser feita uma nova testagem cujo principal alvo são pessoas que estiveram em contacto com aqueles que estavam infetados com Covid-19 no concelho.
[Notícia atualizada às 13h57]
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