O comandante dos Bombeiros Voluntários da Guarda, Paulo Sequeira, disse hoje à agência Lusa que o procedimento "faz parte do plano de contingência interno", que foi posto em prática no início deste mês.
"Solicitámos apoio à Câmara Municipal da Guarda que, por sua vez, falou com a entidade gestora da Pousada da Juventude, [que já tinha disponibilizado o espaço para acolher profissionais de saúde e outros envolvidos no combate à pandemia] e instalámos ali o destacamento do dispositivo de combate a incêndios rurais, que funciona a partir daquele local, de noite e de dia, deslocando-se os seus elementos ao quartel apenas quando é necessário", explicou o responsável.
Com esta medida, os Bombeiros Voluntários da Guarda passaram a ter os seus elementos divididos por dois locais - no quartel e na Pousada da Juventude - "aumentando o distanciamento físico e a segurança", que são necessários "para quebrar eventuais cadeias de contágio por covid-19", segundo o comandante.
"O nosso medo é que surjam alguns casos de infeção [entre os elementos] e possam fazer parar o corpo de bombeiros. Felizmente, temos conseguido manter o corpo de bombeiros isento de problemas para o manter operacional, para cumprir a sua missão de emergência", observou.
Segundo Paulo Sequeira, nas instalações da Pousada da Juventude está sediado o destacamento do dispositivo de combate a incêndios rurais (com um máximo de 15 a 17 pessoas em permanência) e no quartel estão os elementos do piquete de voluntários (durante a noite) e os profissionais dos serviços de emergência pré-hospitalar e de transporte de doentes.
A medida "é uma ajuda para as garantias de segurança do pessoal", rematou o comandante.
O corpo ativo dos bombeiros voluntários da Guarda possui um total de 120 elementos, entre voluntários e profissionais.
A pandemia de covid-19 já provocou quase 551 mil mortos e infetou mais de 12,12 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.644 pessoas das 45.277 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.