A conferência de imprensa de atualização da informação relativa à Covid-19, e à sua evolução no país, contou esta sexta-feira - dia em que foram reportados mais dois mortos e 402 novos casos de infeção - com a presença da ministra da Saúde e da diretora-geral de Saúde, Graça Freitas.
Marta Temido começou por dar nota que, desde "faz hoje oito dias", os boletins da DGS tiveram como "fonte os dados agregados dos ACES (Agrupamento de Centros de Saúde) respetivos", uma situação que vai ser "corrigida até ao final do dia de hoje". "O objetivo é regularizar a situação de ausência de notificação laboratorial", notificada no dia 2 de julho.
Quanto ao número de casos por concelho, este também será regularizado "a partir do boletim do dia 14 de julho".
Relativamente a surtos, "o país tem diversos ativos", com 27 na região do Norte, dez no Centro, 107 em LVT - "um número compatível com aquilo que é a incidência da doença" -, cinco no Alentejo e 12 no Algarve, explicou a ministra da Saúde, num total de 161.
"A situação epidemiológica do país permanece marcada pela força do impacto dos números de Lisboa e Vale do Tejo", sublinhou Temido. Já a análise da taxa de taxa de incidência dos últimos 14 dias mostra "uma certa constância", com "uma ligeira redução em alguns concelhos e freguesias".
O RT para os últimos cinco dias analisados - de 3 a 7 de julho - foi de "exatamente 1, tendo subido ligeiramente, e sendo de 1,12 no Norte, de 1,06 no Centro, de 0,98 em LVT, 0,95 no Alentejo e 0,81 no Algarve".
Transmissão de mãe para filho?
Questionada sobre um estudo italiano que indicia que possa haver transmissão da doença de mãe para filho, Graça Freitas "recordou que havia já outros estudos nesse sentido", não sendo uma informação "definitiva".
A diretora-geral da Saúde afirmou ainda que "este conhecimento não altera em nada as recomendações que estão em vigor". "A orientação técnica sobre o acompanhamento da grávida, sobre o parto e sobre o seguimento da criança mantém-se porque já contemplavam esta possibilidade de haver transmissão vertical", frisou.
Portugal "permanece o quinto país da UE que mais testes realiza"
Reiterando que "temos sido o mais transparentes possível relativamente aos números", Marta Temido destacou que Portugal "permanece o quinto país da UE que mais testes realiza" e, por outro lado, de acordo com os dados, "desde o dia 1 de março até ontem" foram feitos "mais de 1.300.000 testes". Destes 8,5% foram já realizados no presente mês.
"No mês de abril foi feita uma média de 11.500, em maio de 13 mil testes, em junho de 11.700 e em julho está a ser outra vez de 13.700 testes", mostrou a governante. "O país está a ter uma estratégia de testes a indivíduos sintomáticos e de rastreio a indivíduos assintomáticos intensiva, alargada, com a participação de vários setores da sociedade e isso é algo que não pretendemos abdicar em nome do que é a identificação precoce de casos".
Marta Temido acrescentou ainda que, nos lares, a situação mostra que, "de facto, a letalidade é elevada para aquilo que foram os óbitos que aconteceram no país", destacando, contudo, que nas "estruturas da rede nacional de cuidados continuados integrados a letalidade é muito baixa. Não há um óbito desde meados de abril". A ministra explicitou que 628 dos mortos em Portugal são em lares de idosos, com 296 no Norte, 143 no Centro, 168 em Lisboa e Vale do Tejo, 16 no Alentejo e cinco no Algarve.
Máscaras? "Não sentimos a necessidade de adoção de outras medidas"
"Todos nós nos habituamos a usar a máscara nos momentos em que temos de o fazer", sublinhou Marta Temido, acrescentando que para entrar em centros comerciais ou espaços de serviços é necessário fazer uso deste equipamento de proteção.
"Esta é a via pela qual temos optado no nosso país, não sentimos neste momento a necessidade de adoção de outras medidas, mas estamos a falar de temas que têm tido uma evolução e que estão, naturalmente, em aberto".
De recordar que, em Espanha, foi ontem conhecido que as Ilhas Baleares vão seguir o exemplo da Catalunha, que estabeleceu ser obrigatória a utilização de máscaras em espaços públicos ou de uso público, haja ou não uma distância de segurança.
Acompanhe aqui a conferência:
[Última atualização às 16h43]