Covid-19. Estudantes dos politécnicos pedem reforço na ação social
A Federação Nacional das Associações de Estudantes do Ensino Superior Politécnico (FNAEESP) criticou hoje o regulamento de atribuição de bolsas, apelando para um reforço na ação social para incluir alunos afetados pela crise provocada pela pandemia de covid-19.
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País Ensino
Em comunicado, a associação representativa dos estudantes dos politécnicos sublinha a necessidade rever o regulamento, alargando o acesso às bolsas no ensino superior aos estudantes afetados pelos efeitos socioeconómicos da pandemia de covid-19.
"Com o abalo económico sentido, é expectável que mais estudantes sintam a necessidade de requerer apoios financeiros", refere a FNAEESP, apontando falhas ao documento que define as condições para a atribuição deste apoio.
Os estudantes recordam que o regulamento define que os rendimentos considerados para a atribuição de bolsa se referem ao ano anterior, não incluindo o primeiro semestre de 2020, marcado, em parte, pela pandemia de covid-19.
Para a federação, a desconsideração deste período é incompreensível, por se tratar de um período "em que muitas famílias foram confrontadas com a crise provocada pela covid-19".
Neste sentido, a FNAEESP propõe que no próximo ano letivo os rendimentos considerados reflitam a realidade económica vivida recentemente pelas famílias, e não a de 2019.
Por outro lado, os estudantes criticam também a alínea do regulamento que prevê que um valor dos rendimentos de trabalho dependente ilíquidos, acusando o Estado de considerar as obrigações fiscais que as famílias pagam como rendimento disponível para o seu orçamento familiar.
Na lista de propostas, a federação refere a necessidade de dinamizar as plataformas de atribuição da bolsa e o reforço dos recursos financeiros atribuídos aos Serviços de Ação Social, reforçando a capacidade de resposta aos pedidos de recurso.
É ainda sugerido a não suspensão do pagamento das bolsas no caso de pedidos de audiência ou revisão do seu valor.
No âmbito da ação social, os estudantes apelam para o reforço do número de camas disponíveis nas residências, no próximo ano letivo, e a implementação de medidas que assegurem a segurança sanitária nas cantinas, incluindo o serviço de 'take-away' e o alargamento de horários.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 701 mil mortos e infetou mais de 18,5 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.
Em Portugal, morreram 1.740 pessoas das 51.848 confirmadas como infetadas, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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