Revelou, esta segunda-feira, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, na habitual conferência de imprensa sobre a evolução da Covid-19, que em Portugal há 164 surtos ativos, nomeadamente 41 no Norte, 10 no Centro, 84 em Lisboa e Vale do Tejo (LVT), 13 no Alentejo e 16 no Algarve.
Um dos surtos ativos no país diz respeito ao lar de São José, no Barreiro, onde, de acordo com o responsável, há 31 residentes infetados (de 80) e 14 profissionais. Destes doentes, cinco estão internados em ambiente hospitalar.
Na próxima quarta-feira, adiantou ainda, serão testadas "todas as pessoas que deram negativo. Não se sabe qual o melhor momento para realização de teste, não basta testar uma vez em alto risco. Os testes devem ser pensados caso a caso".
O subdiretor-geral da Saúde foi ainda questionado relativamente à utilização de máscaras no exterior, que não é para já obrigatória em Portugal Continental.
Sobre o tema, justificou o responsável que, "a melhor evidência disponível é muitas vezes contraditória de uns autores para outros. É por isso obrigatório fazer uma avaliação ponderada e tecnicamente sólida. Não há decisões definitivas num momento de grandes incertezas como ocorre relativamente à evolução desta pandemia, quer em Portugal, quer em todo o mundo".
A DGS, acrescentou, "ouve os seus peritos e todas as entidades que possam contribuir para a melhoria e antecipação de todas as estratégias, que têm corrido bem, e temos aprendido com os erros".
Já quanto à aplicação StayAway Covid, indicou Lacerda Sales que o documento "já foi promulgado pelo Presidente da República, mas ainda não foi publicado. Sem a publicação, nada a fazer. Aguardamos pela publicação do diploma, que com certeza estará por dias".
Festa do Avante!
A Festa do Avante! foi novamente tema na conferência da DGS e do Ministério da Saúde. O secretário de Estado da Saúde indicou, neste sentido, que a Direção-Geral de Saúde “não toma decisões políticas, toma decisões técnicas”.
Esta segunda-feira, continuou, começaram as reuniões "entre a DGS e a entidade promotora da festa do Avante! e estas serão reuniões de caráter exclusivamente técnico".
Com efeito, "existe um trabalho conjunto a fazer com grande ponderação e essencialmente fruto de uma avaliação do risco e da própria atividade epidémica". Vincou ainda Lacerda Sales que “haverá garantidamente um pressuposto: o cumprimento das regras sanitárias e das diretrizes da DGS".
Haverá ainda "um documento inicial sobre o qual deve ser feito este trabalho técnico exaustivo e progressivo para que se possam garantidamente tomar boas decisões”.
Reabertura dos bares e das discotecas deve ser avaliada "caso a caso"
A reabertura dos bares e das discotecas, cuja principal atividade tem sido severamente afetada pela Covid-19, tem de ser avaliada “caso a caso e [o tema] exige grande cuidado na avaliação", indicou Rui Portugal.
O médico de Saúde Pública explicou, a este propósito, que as condições de um determinado estabelecimento são consideradas questões processuais e "por muito que eu possa ter um espaço em situação perfeita, o valor maior é como nós, como cidadãos, vamos utilizar este espaço numa situação pandémica como esta. A infraestrutura não é tudo".
Rui Portugal acrescentou ainda que "é nesse espírito, com os regulamentos que existem em termos de normas e orientações por parte da DGS e o bom senso relativamente à prática de Saúde Pública que todas as situações são analisadas e os pareceres são emitidos pela DGS".
Reveja aqui a conferência de imprensa: