Já teve lugar mais uma conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia da Covid-19 no país. Como já é habitual, a ministra da Saúde começou por falar dos dados epidemiológicos divulgados, esta sexta-feira, pela Direção-Geral da Saúde (DGS), que dá conta de que, nas últimas 24 horas, foram registados em Portugal mais dois mortos, 235 casos confirmados do novo coronavírus e 197 recuperados.
Ainda sobre os números, Marta Temido quis partilhar uma "boa notícia": "Até às 00h00 de ontem não existia nenhum utente Covid-19 positivo nas nossas unidades da rede nacional de cuidados continuados e integrados". "É uma notícia que faz jus àquilo que foi um esforço intenso, naturalmente, das equipas que trabalham nestas unidades" de reabilitação e recuperação.
Confrontada pelos jornalistas sobre se Portugal poderá aplicar uma medida semelhante à que foi hoje anunciada em Espanha - que proíbe os cidadãos de fumarem em esplanadas ou em outros espaços públicos, a ministra afirmou que, neste momento, a tutela não está a pensar avançar com "uma medida semelhante". Contudo, Marta Temido não descartou a ideia caso esta demonstre ser eficaz em Espanha: "Há muitos aspectos em aberto. (...) Avaliaremos se será também adequado ao nosso contexto".
Segunda vaga? "Diria que estamos numa situação de estabilidade"
Quanto à possível chegada de uma segunda vaga, considerando que o número de casos tem vindo a aumentar novamente em vários países perto de Portugal, Marta Temido ressaltou que ainda não é claro sequer, "tecnicamente", que a primeira vaga já tenha terminado. "O que sabemos é que até haver uma vacina ou um tratamento eficaz, esta doença persiste e, portanto, estamos sujeitos pelo menos a ondas sucessivas", denotou.
Sobre a situação em particular no país, a governante referiu que, neste momento, a tendência é de estabilização. "Diria que estamos numa situação de estabilidade", defendeu, explicando que nos últimos tempos se tem verificado uma média diária de 240 casos por dia, num momento em que "há mais convívio e, portanto, infelizmente, mais risco".
Em relação à severidade da doença em jovens e crianças, apesar de confessar não saber dados específicos, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, apontou que é, naturalmente, importante ter em atenção o impacto da doença nos mais novos. No entanto, sublinhou que a Covid-19 não apresenta um quadro clínico tão grave nos jovens ou crianças.
O responsável frisou ainda que recentemente falou com "a responsável de uma das maiores unidades de saúde do Sul do país para crianças" que se mostrou "muito satisfeita" com a incidência do novo vírus nos mais novos, garantindo que naquela unidade "não há praticamente casos nenhuns".
Máscaras que inativam o vírus? "Temos de monitorizar"
Questionada pelos jornalistas sobre se o Ministério confia na máscara MOxAd-Tech desenvolvida pelo Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes - que alegadamente inativa a Covid-19 -, Marta Temido referiu que a tutela está a realizar um "acompanhamento cuidado de tudo aquilo que são os novos produtos nesta área, mas com grande cautela".
“Estamos a falar, muitas vezes, de produtos totalmente novos. Portanto, temos de monitorizar e, sobretudo, utilizar sempre com a consciência daquilo que foram as três regras tantas vezes repetidas ao longo destes meses", designadamente, o distanciamento físico, a higiene das mãos e a etiqueta respiratória, com utilização de máscaras de proteção individual.
Recorde aqui a conferência de imprensa:
Leia Também: AO MINUTO: Lista negra da Dinamarca cresce. PIB com trambolhão menos mau